Adidas planeja ultrapassar Nike

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Patrocinadora oficial da Fifa, a alemã Adidas quer aproveitar o embalo da Copa do Mundo para, até 2015, se tornar líder em vendas, inovação e visibilidade na categoria futebol no Brasil, posto hoje ocupado pela americana Nike. Para tanto, Herbert Hainer, presidente mundial da companhia, prevê recorde de gastos em marketing no Brasil este ano e em 2014.

Além das despesas com inserções na televisão e propaganda na internet, a companhia patrocina os clubes Flamengo, Fluminense, Palmeiras e oito jogadores da seleção brasileira: Oscar, Fred, Lucas, Dani Alves, Hernandes, Marcelo, Jadson e Luis Gustavo. Na última Copa, foram quatro jogadores da seleção patrocinados pela empresa, apenas dois deles titulares.

Em visita ontem ao Brasil, Hainer disse que, em anos de grandes eventos esportivos, as despesas globais da Adidas com marketing alcançam 13% da receita líquida, um pouco acima do patamar tradicional de 12%.

Por causa da Copa, a companhia espera atingir vendas de € 2 bilhões na categoria futebol no mundo, superando os € 1,5 bilhão registrados em 2010, quando o torneio ocorreu na África do Sul.

Com 52 lojas exclusivas e produtos distribuídos em mais de 4 mil pontos de vendas multimarcas no país, a Adidas lançou a sua própria plataforma de vendas on-line no fim de 2012 no Brasil. "O potencial é enorme, a sensação é de que deveríamos ter entrado neste canal antes no país", afirmou Rodrigo Messias, diretor do projeto Copa do Mundo da Fifa da Adidas.

Globalmente, a companhia prevê que o canal on-line alcançará vendas brutas de € 500 milhões em 2015.

Sem considerar a África, a América Latina é o menor mercado da Adidas no mundo. No entanto, desde 2002, a companhia cresce a dois dígitos na região. Com isso, a América Latina passou a representar 10% da receita da Adidas no ano passado (cerca de € 14,9 bilhões), contra fatia de 3% em 2001.

As vendas líquidas da Adidas no primeiro trimestre ficaram estáveis em relação a um ano antes, excluindo o efeito do câmbio. Mas na América Latina, a receita subiu 12%, para € 390 milhões, a melhor performance entre todos os mercados da companhia.

Hainer prevê continuidade do crescimento de dois dígitos na América Latina nos "próximos anos". No caso particular do Brasil, ele diz que a economia ficou mais devagar no momento. No entanto, Hainer acredita que o país vai se beneficiar da Copa do Mundo. "[A Copa] Vai trazer muitos turistas, não apenas para o evento. Eles vão voltar depois", disse.

A operação da Adidas no Brasil cresceu oito vezes nos últimos dez anos. Hoje, cerca de 60% de toda a linha têxtil e 40% dos calçados da empresa vendidos no país são produzidos localmente, por meio de parceiros como o Grupo Paquetá, do Rio Grande do Sul.

A onda de protestos que ocorre hoje no Brasil não mudou a estratégia da Adidas no país, disse Hainer. "Estamos aqui para apoiar o futebol, os eventos, a Copa e vamos continuar fazendo isso", afirmou.

Para o executivo, as manifestações são parte da democracia. "Desde que sejam pacíficas, está ok. Mas é claro que não apoio nenhum tipo de dano, pois isso é contraproducente", disse.

O executivo afirmou ainda que está seguro de que o governo vai reunir todas as partes em uma mesa para discutir o que pode ser feito em relação aos serviços básicos no Brasil daqui para frente. "Não haverá solução de curto prazo em setores como educação e saúde, mas as ações tem que começar um dia", disse.




veículo: Valor Econômico


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