O Ministério da Agricultura vai pedir a aprovação no Conselho Monetário Nacional (CMN) de R$ 390 milhões para a realização de leilões de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro), destinados a sustentar os preços do café, que atingiram mínimas de quase quatro anos na semana passada. "O CMN deve aprovar na sua próxima reunião", disse ontem o ministro da Agricultura, Antônio Andrade, em Brasília.
A próxima reunião do CMN está marcada para amanhã. O Pepro visa garantir que o produtor obtenha pelo menos o preço mínimo de garantia estipulado pelo governo, de R$ 307 por saca.
Atualmente, os preços no mercado brasileiro estão entre R$ 25 e R$ 30 por saca abaixo do mínimo do governo, na esteira dos valores internacionais, que está sob pressão por conta das expectativas de uma grande safra no Brasil, além de estoques globais elevados.
Por meio do Pepro, o governo paga ao produtor a diferença entre o preço de sua venda ao mercado e o preço mínimo, quando o valor está abaixo do mínimo. O Pepro é disputado em um leilão com lances decrescentes.
No caso de o prêmio inicial do leilão ser de R$ 30, e na hipótese de não ocorrer disputa entre produtores, os recursos propostos pelo Ministério da Agricultura seriam suficientes para apoiar a comercialização de 13 milhões de sacas de 60 kg.
Esse volume representaria pouco mais de um quarto da safra nacional, oficialmente estimada em 48,6 milhões de sacas.
Essa não seria a primeira vez que o governo lançaria mão do Pepro. Na safra 2007/2008, esse instrumento apoiou a comercialização de 5 milhões de sacas, num momento de preços baixos no mercado internacional.
Veículo: DCI