Vende-se a marca olímpica

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Produtos licenciados com o símbolo dos Jogos Olímpicos geram negócios bilionários.

 
O turista que visita Londres não gasta menos de uma libra para comprar um chaveiro com a bandeira de Reino Unido. Mas, às vésperas da Olimpíada que acontecerá na capital da Inglaterra, a partir de julho, ele terá de desembolsar no mínimo seis libras se quiser levar para casa alguma lembrança com o símbolo dos Jogos Olímpicos de 2012. A oferta é variada e vai de camisetas, bonés, mascotes, brinquedos, joias e utensílios para a cozinha até a réplica da tocha olímpica. São mais de dez mil itens de 40 diferentes fabricantes, que devem atingir um bilhão de libras em vendas, constituindo-se em uma das principais fontes de receita dos organizadores da festa.

Na edição de 2008, realizada em Pequim, o Comitê Olímpico chinês faturou US$ 130 milhões com royalties do US$ 1,3 bilhão gerado com as vendas de produtos licenciados. No Brasil, a estimativa é que eles representem uma arrecadação de pelo menos R$ 1 bilhão. A responsável para que esse número deixe as planilhas e se materialize em realidade no evento marcado para 2016, no Brasil, é a executiva Sylmara Mul­tini. Ela já dirigiu os departamentos de licenciamento do estúdio de cinema Walt Disney e da fabricante de brinquedos Mattel, e foi diretora de vendas da Warner Bros., de 2002 a 2008. Sylmara foi contratada pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) para estruturar a estratégia de licenciamento dos produtos da Olimpíada do Rio de Janeiro.

Assim que assumiu o posto, em agosto de 2011, Sylmara coordenou um minucioso estudo para mapear as principais categorias de produtos com potencial de mercado e identificar as empresas que poderiam se interessar em usar o símbolo do evento. “Uma marca tão forte como a da Olimpíada pode ser associada a uma infinidade de produtos”, diz Sylmara. “As categorias principais são a de colecionáveis, brinquedos de pelúcia e confecção.” Em fevereiro deste ano, ela apresentou oficialmente o programa de licenciamento da Olimpíada de 2016. O evento aconteceu no Museu de Arte Moderna (MAM), no Rio de Janeiro, e teve a presença de 150 empresas interessadas em uma possível parceria.

A missão da executiva é fechar 60 contratos para a fabricação de 12 mil itens. Segundo Sylmara, o Comitê atuará ativamente no desenvolvimento dos objetos, aprovando o layout, o protótipo e o resultado final. Os suvenires serão vendidos em seis mil pontos de venda, sendo 150 deles exclusivos dos organizadores dos Jogos Olímpicos. Os primeiros produtos licenciados pelo COB já poderão ser adquiridos em Londres, durante o evento deste ano. “Estamos prestes a fechar um contrato com os Correios para desenvolver um selo e com o Banco Central para a fabricação de uma moeda comemorativa”, diz Sylmara.

De acordo com Marco Siqueira, consultor de licenciamento esportivo e diretor da Associação Brasileira de Licenciamento (Abral), um dos maiores desafios do COB será criar critérios para o fechamento dos contratos. As empresas que querem licenciar a marca olímpica serão escolhidas por meio de concorrências públicas, que começarão ainda este ano e deverão prosseguir até seis meses antes da competição. As vencedoras da licitação pagam royalties que variam de 8% a 12% do valor das vendas, segundo a média do mercado. Além disso, o COB deve estipular um valor mínimo de arrecadação para cada contrato de licenciamento, como forma de garantir a receita. “A marca é um dos principais ativos do evento e carrega todo o histórico dos Jogos Olímpicos”, afirma Siqueira



Veículo: Revista Isto É Dinheiro


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