Vendas no varejo sobem pelo décimo mês seguido, projetam economistas

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Os indicadores que antecipam o comportamento do comércio tiveram desempenho misto em dezembro, o que aponta para uma alta fraca das vendas no conceito restrito (que não inclui automóveis e material de construção) no último mês de 2013, segundo economistas. Mesmo assim, a visão dos analistas sobre o varejo brasileiro segue positiva, já que, se confirmadas as expectativas, as vendas terão registrado seu décimo mês consecutivo de expansão mensal.


Após ter avançado 0,7% em novembro, a estimativa média de 19 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Data aponta que o volume de vendas restritas cresceu 0,3% em dezembro sobre o mês anterior, feito o ajuste sazonal. As projeções para a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), a ser divulgada hoje pelo IBGE, vão de recuo de 0,4% até alta de 0,7%, na comparação mensal com ajuste.


Ao longo de 2013, economistas avaliam que a perda de fôlego da renda, a confiança menor do consumidor, a desaceleração do crédito e o aumento dos juros levaram a crescimento mais fraco do varejo restrito, de cerca de 4,5% - ritmo mais baixo em dez anos, e que será mantido em 2014. Para o comércio ampliado - inclui vendas de automóveis e material de construção - 14 economistas preveem avanço parecido, de 0,2% em dezembro e de 3,8% na média de 2013.


Guilherme Maia, economista da Votorantim Corretora, menciona que, no fechamento de 2013, os indicadores usados para estimar a evolução do comércio deram sinais mistos, o que aponta para leve alta das vendas no período, de 0,2% no segmento restrito.


A equipe econômica do Barclays afirma que o varejo deve ter continuado a mostrar variações positivas em dezembro, principalmente no setor de veículos. No fim do ano passado, as vendas nas concessionárias foram impulsionadas pela recomposição parcial das alíquotas do IPI a partir de janeiro, o que sustentou aumento de 0,8% do varejo ampliado no mês. Esse "ímpeto residual", no entanto, já deve ter perdido força, segundo o Barclays.


O economista-chefe do BES Investimento, Jankiel Santos, projeta que as vendas restritas e ampliadas tiveram evolução semelhante no último mês de 2013, com altas de 0,4% e 0,3%, respectivamente, sobre novembro. A despeito da perda de ímpeto em relação ao dado mensal anterior, Santos argumenta que a continuidade da trajetória positiva do varejo é um sinal de que a demanda ainda cresce a taxas robustas, sustentada pelo nível baixo de desemprego e por reajustes salariais acima da inflação.


"A expansão dos salários e o mercado de trabalho apertado só reforçam que continua existindo fôlego do lado do consumo", afirma Santos, embora o poder de fogo dos consumidores deva continuar mais reduzido do que em anos anteriores, como em 2012, quando as vendas no comércio restrito saltaram 8,4%.


Além da base de comparação elevada de 2012, Santos afirma que a perda de vigor do crédito, o aumento do endividamento das famílias e a retirada de incentivos tributários explicam o ritmo mais modesto das vendas no ano passado, cenário que deve permanecer neste ano.


Veículo: Valor Econômico

 

 


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