Para competir com gigantes como P&G e Unilever, empresa investe na modernização e aposta na diversidade de produtos
Manter a lucratividade de uma marca no mercado de higiene e beleza requer uma boa dose de criatividade e disso a Memphis sabe muito bem. Depois de 63 anos com presença nas principais redes de varejo do país, a sua tradicional marca de sabonetes Alma de Flores já não atraía novos clientes.
Por isso, a empresa gaúcha investiu na mudança de sua embalagem e no reposicionamento do produto desde que viu os resultados das vendas caírem. O trabalho de mudança nas embalagens é semelhante ao processo pela qual a Granado, outra fabricante de produtos de higiene e beleza, passou há pouco tempo.
As duas marcas tradicionais no mercado têm agora o desafio de continuar crescendo diante da forte presença de gigantes do setor como a P&G e Unilever. Opotencial do mercado é imenso, já que no ano passado, o setor de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos movimentou US$ 43 bilhões no Brasil, valor 18,9% superior ao movimentado em 2010, segundo o Instituto Euromonitor.
Repaginada
Para ganhar mercado e manter seu espaço nas gôndolas de supermercados, a Memphis, que tem em seu portfólio cerca de 200 produtos, investiu R$ 3milhões no desenvolvimento da nova embalagem do Alma de Flores.
O desenho sofreu modificações sutis, mas que fizeram a diferença. “Posicionamos o produto como algo de maior valor agregado, com embalagens mais sofisticadas”, explica André Nedeff Dall'Onder, diretor da empresa. Além disso, ele conta que para competir com as grandes do setor, é preciso investir não só na qualidade dos produtos, mas também na diversidade.
Um bom exemplo é o sabonete Senador, outra tradicional linha da Memphis que no ano passado lançou cinco fragrâncias e prepara a nova embalagem, que deve ser lançada em 2013. “Com os investimentos, a expectativa é aumentar em 20% o faturamento sobre os R$ 100 milhões que registramos em 2011”, diz.
Com o aumento do poder aquisitivo do brasileiro, as empresas buscam oferecer cada vez mais diversidade ao consumidor. Domenico Filho, analista da Nielsen Consultoria explica que “ao ter maior poder de compra, o consumidor passa a comprar produtos mais caros e de marcas renomadas”.
Estudo da Nielsen aponta que entre janeiro e abril de 2011, o volume de vendas de sabonetes foi de 65,7 milhões de unidades ante 64,2 milhões, neste ano. Já o faturamento passou dos R$ 866 milhões para R$ 928 milhões.
Veículo: Brasil Econômico