Segmentos de cosméticos e linha branca estão confiantes

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As notícias de redução do crescimento econômico este ano começam a chamar a atenção dos empresários do varejo, porém segmentos como o de cosméticos e eletroeletrônicos e produtos de linha branca ainda seguem otimistas, de olho nas datas sazonais como Dia dos Pais, Dia da Criança e, claro, as vendas de Natal.

"Os segmentos com maiores incentivos são a linha branca e o de veículos, apesar de este último sofrer com a inadimplência crescente. Eles não terão um ano espetacular, mas alcançarão desempenhos relativamente bons", analisa Cláudio Felisoni, presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar) e também professor emérito da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade São Paulo (FEA-USP).

Para o especialista, os setores que hoje dependem do crédito do consumidor têm cenários piores. Já os dependentes de bens sofrem menos. "O varejo vive de sazonalidade. São picos, daqui a pouco vem Dia dos Pais e impulsiona o comércio de novo", completa.

Para o professor, os números que mostram a diminuição da confiança do empresário do comércio são um reflexo da economia nacional, que nitidamente desacelerou. "Os empresários estabelecem previsões com base no que estão sentindo. Hoje ninguém mais acredita que o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano possa ser igual ao de 2011", diz.

Ao apostar que as famílias, de maneira geral, não olham questões macroeconômicas tão de perto, Felisoni destaca, porém, que a repercussão na mídia de informações de redução de crescimento econômico causam uma impressão de crise, e assim cria-se um clima de "desconforto", acredita.

Outro setor que tentará se manter ileso é o de alimentação. "Você pode observar que os supermercados não foram afetados. O varejo de alimentos continua aquecido e o vestuário também deve ser uma aposta para os próximos meses", destaca José Eduardo Amato Balian, professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).

Beleza

Outra área que indica projeções de avanço é a de venda de produtos pela Internet (e-commerce) e produtos de higiene pessoal, cosméticos e beleza, que tem atraído a cada dia novos consumidores. Assim, empresas como a brasileira Lumi Cosméticos seguem ainda confiantes. Um termômetro é o do desempenho de vendas: de maio a junho deste ano a marca viu aumento de 23%, em relação ao mesmo período de 2011. Agora, novos nichos entram nos planos da companhia. De acordo com a sócia-diretora da empresa, Natália Antunes, além do catálogo impresso, as revendedoras recebem um "kit de marketing on-line" para Facebook, Twitter e demais redes sociais. Toda essa plataforma - fotos, textos, banner, vídeos, tutoriais de beleza - tem um código rastreado a cada divulgação e válido por 90 dias.

Conforme Bruno Gomes, diretor de marketing da Lumi, trata-se de mais um canal criativo com base no sistema de e-commerce, com diferencial em relação aos concorrentes.

Para a sócia da empresa, a estratégia foi acertada. "Se a venda for efetivada, o sistema identifica o código da campanha e à quem ela está vinculada e o revendedor recebe sua comissão", ressalta Natália. Fundada há oito anos no País, com venda em todo território nacional e fábrica própria na zona norte de São Paulo, a Lumi Cosméticos hoje tem mais de 2.000 distribuidores e 160 mil revendedores porta a porta.

Outras líderes do segmento como Avon, Natura, Mahogany e O Boticário - com novidades também com a marca Eudora -, são exemplos novamente de empresas da área de beleza que têm intensificado planos de expansão.

A Natura, por exemplo, aposta agora no reforço dos produtos Natura Chronos, com as linhas Politensor de Soja, indicada a consumidoras que têm como maior preocupação a flacidez do rosto e, por isso, procuram um hidratante antissinais que proporcione firmeza à pele. Outros itens da marca que têm sido alternativa às consumidoras são os de tratamento contra a acne e, claro, os itens de maquiagem, com novidades que começaram a ser vendidas este mês.

Projeções

Apesar de alguns segmentos ainda estarem animados, há uma tendência de cautela no varejo. Após três meses de relativa melhora, o índice de confiança do comércio (Icom), medido pela Fundação Getúlio Vargas, evoluiu desfavoravelmente em junho: o indicador trimestral encerrado no mês passado recuou 3,7% na comparação com igual período de 2011. No trimestre encerrado em maio, a queda tinha sido de 2,4%. A média do indicador trimestral do Icom de junho ficou em 126,4 pontos, ante 131,2 pontos no mesmo mês de 2011.

Conforme a FGV, o resultado sugere evolução moderada do nível de atividade do setor ao fim do primeiro semestre de 2012.

 

Veículo: DCI


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