As vendas no varejo em maio na capital mineira registraram a maior alta desde 2008. O aumento observado no quinto mês deste exercício, frente a idêntico período do anterior, foi de 5,06%. Há quatro anos, a variação positiva, na mesma base de comparação, ficou em 7,8%. Desde então, o crescimento continuou a acontecer, mas em ritmo menos acelerado. O dado foi divulgado ontem pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH).
O vice-presidente Administrativo-Financeiro da entidade, Anderson Rocha, atribui parte do bom desempenho às medidas de incentivo ao consumo adotadas pelo governo federal. Entre elas, ele destaca os efeitos da redução da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os produtos da chamada linha branca (fogão, geladeira, máquina de lavar e tanquinho), móveis e veículos novos. "As taxas de juros menos elevadas, que facilitam os financiamentos, e o alto nível de emprego na Capital também foram responsáveis por levar a população às compras", salienta.
O setor que mais impulsionou a alta no período foi o grupo que reúne tecidos, vestuário, armarinhos e calçados, variação positiva de 9,62%. Em seguida, aparecem as ferragens, material elétrico e de construção ( 6,59%); máquinas, eletrodomésticos, móveis e equipamentos ( 4,93%); papelarias e livrarias ( 4,47%); supermercados e produtos alimentícios ( 3,61%); veículos novos e usados ( 2,38%); artigos que incluem acessórios em couro, brinquedos, óticas, caça, pesca, material esportivo, material fotográfico, computadores e periféricos e artefatos de borracha ( 0,6%) e produtos farmacêuticos ( 0,39%).
Em comparação com abril foi observado crescimento de 5,36%. Neste caso, de acordo com Rocha, o aumento está atrelado a um fator sazonal: o Dia das Mães. A celebração é tradicionalmente conhecida por ser a segunda mais lucrativa do ano para o varejo, perdendo somente para o Natal. O responsável por impulsionar a variação positiva foi o segmento que concentra produtos que tradicionalmente mais agradam ao público feminino: tecidos, vestuário, armarinho e calçados, com aumento de 7,53%.
Máquinas - Também se destacaram no período o grupo composto por máquinas, eletrodomésticos, móveis e equipamentos ( 5,52%); material elétrico e de construção ( 5,19%); veículos novos e usados ( 4,78%); produtos farmacêuticos ( 3,48%); papelarias e livrarias ( 1,87%) e artigos diversos ( 0,62%).
Nos cinco primeiros meses de 2012, o crescimento acumulado foi de 5,78%. Ao contrário das demais bases de comparação, quem mais lucrou nesse intervalo foram as papelarias e livrarias ( 9,94%); seguidas por produtos farmacêuticos ( 9,29%); tecidos, vestuário, armarinho e calçados ( 4,34%); máquinas, eletrodomésticos, móveis e equipamentos ( 3,62%); ferragens, material elétrico e de construção ( 3,24); veículos novos e usados ( 1,57%); supermercados e produtos alimentícios ( 0,35%) e artigos diversos ( 0,27%).
No acumulado de 12 meses, a variação positiva é de 3,97%. O número, por sua vez, é menor do que o observado em igual intervalo do ano anterior, quando o aumento ficou em 6,05%. Rocha esclarece que 2011 representa uma base forte de comparação, pois, na primeira metade de 2009, o mundo ainda sentia os efeitos da crise financeira global, iniciada no segundo semestre de 2008. "Entre 2010 e 2011, a economia e, consequemente, o comércio varejista, finalmente voltaram a ser aquecidos", recorda o vice-presidente Administrativo-Financeiro da CDL-BH.
Veículo: Diário do Comércio - MG