Empresas especializadas em cobrança de inadimplentes, contratadas por companhias como bancos e grandes varejistas, implementaram mudanças em sua forma de atuar em razão da alta do atraso de pagamento no país.
"Nossos contratantes começaram a mexer mais em suas políticas de cobrança para melhorar seus índices. Quem não tinha tomado providência, agora corre para criar fórmulas que melhorem as negociações", diz Jair Lantaller, presidente do Igeoc, instituto que reúne empresas de recuperação de crédito.
"Para nos adaptarmos a essa demanda, temos de treinar os operadores", afirma.
Entre as medidas estão alongamento de prazos, redução de juros e flexibilidade na análise das propostas de renegociação dos clientes, segundo Claudio Kawasaki, da Siscom, empresa que também trabalha com recuperação de crédito.
"Cresceu a inadimplência de pessoas físicas e jurídicas. Houve excesso tanto de novos consumidores, que assumiram muito crédito, quanto dos bancos, que deram."
A empresa de recuperação é contratada a partir de 30 dias de atraso.
MAIS PARCELAS
Para driblar a alta da inadimplência, a Losango negocia o parcelamento das dívidas em até 24 meses, além dos três anos para pagamento que podem ser concedidos no momento em que o consumidor toma o crédito.
"Analisamos cada caso. Se o cliente teve um imprevisto, como a perda do emprego, temos uma flexibilidade maior", diz Hilgo Gonçalves, presidente da companhia, promotora de vendas do grupo HSBC.
Gonçalves afirma não ter notado mudanças no setor devido à queda dos juros.
Veículo: Folha de S.Paulo