Lojistas de BH já não apostam tanto no potencial de vendas do Dia dos Pais
Houve diminuição do otimismo dos empresários em relação às vendas no Dia dos Pais, que será comemorado este ano em 14 de agosto, é o que revela pesquisa divulgada ontem pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH). segundo a enquete, apenas 42% dos entrevistados acreditam que as vendas de 2011 serão melhores que as do ano passado. Já 38% admitem que a receita vai cair, e os 20% restantes que o desempenho será o mesmo. Em 2010, o otimismo triunfou com 70% dos ouvidos afirmando que superariam o volume de negócios de 2009.
Perguntados sobre os fatores que mais devem atrapalhar as vendas, os lojistas apontaram os juros altos como o maior deles (27%), seguido pela inadimplência (21%) e inflação (12%). O presidente da CDL-BH, Bruno Falci, apontou como causas da queda de boa expectativa as medidas do governo federal para restringir o crédito, que deixaram os lojistas e consumidores menos confiantes.
"O aumento de juros e os apertos para conter a inflação geram inadimplência no varejo e os consumidores começam a apertar o cinto", analisa. Segundo ele, o governo federal deveria repensar suas medidas e deixar de considerar o aumento de juros como única alternativa para o controle da inflação.
"O governo é o maior fomentador da inflação. Quando ele aumenta juros e impostos, e não investe adequadamente em transporte, saúde e segurança, temos que gastar mais com esses itens. Tudo isso eleva os preços para o consumidor", ressalta.
Tíquete - A pesquisa da CDL-BH ouviu 200 empresários da Capital, entre os dias 6 e 20 de julho. Para 55% desses, o consumidor deve gastar com o presente dos pais até R$ 50 (tíquete médio). Outros 36% acham que a compra ficará de R$ 50 a R$ 100. Quanto à forma de pagamento, 93% citaram o cartão de crédito parcelado com a que provavelmente será a mais utilizada.
Apesar do baixo otimismo em relação ao ano passado, a CDL-BH manteve a previsão divulgada neste mês, de que as vendas do comércio varejista em agosto serão de 2,5% a 4% maiores que as de 2010. "Não é um crescimento consistente, mas ainda assim é um aumento sobre uma base alta, que foi o ano passado", diz Falci.
O dirigente também afirmou que as lojas devem aproveitar a data comemorativa para obter resultados melhores do que os apurados na pesquisa. "Os consumidores devem ser atraídos para os estabelecimentos comerciais com publicidade, promoções e descontos. Todos devem estar preparados para o atendimento. Os consumidores estão muito exigentes e o atendimento é um referencial que supera até mesmo o preço", enfatiza.
Cuidadoso ao antecipar o comportamento do comércio até o final do ano, Bruno Falci, ressalta que a tendência é de estabilidade para a melhoria. "Ainda tem muita água para passar embaixo da ponte, mas podemos pensar que as medidas do governo, surtindo efeito positivo, vão gerar um outro ambiente, mais favorável", arrisca.
Veículo: Diário do Comércio - MG