Cartões avançam com força total

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Os pagamentos com cartões de crédito e de débito devem continuar em crescimento, mesmo com as experiências de pagamentos com celular em andamento. As transações com cartões de crédito e débito atingiram uma participação de 26,4% no consumo total das famílias em 2012, acima do share de 24,6% registrado em 2011, segundo levantamento da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). Para se ter uma ideia, nos Estados Unidos a estimativa é que a participação dos cartões no consumo das famílias seja de 45%.
 
Outro dado interessante do levantamento é que o turista brasileiro continuou utilizando o cartão de crédito em compras no exterior, mesmo com a cobrança de 6,38% de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O valor total gasto por brasileiros lá fora atingiu R$ 24 bilhões no ano passado, uma alta de 13,4% sobre 2011. Já o gasto de estrangeiros no Brasil com cartão de crédito foi de R$ 9,7 bilhões, um incremento de 27,2%. "A expectativa é que este número aumente com a vinda de mais turistas ao Brasil para eventos como a Copa das Confederações e a Jornada da Juventude", diz o diretor-executivo do Bradesco Marcelo de Araújo Noronha, o novo diretor-presidente da Abecs.
 
De acordo com ele, em 2012 foram realizadas 8,1 bilhões de transações nos cartões de crédito e débito. Os dois segmentos faturaram juntos R$ 724,3 bilhões, uma alta de 17,9% sobre 2011. A tendência é que neste ano os cartões continuem crescendo na casa de dois dígitos. A estimativa da Abecs é de alta de 16,9% para o faturamento total do setor, estimado em R$ 847 bilhões para 2013. Os dados da Abecs não contabilizaram as transações realizadas com private labels (cartões de loja), apenas cartões de bandeiras para que houvesse dados mais fidedignos. Essa mudança de metodologia, no ano passado, explica porque o aumento de 17,9% em 2012 foi menor que a projeção anteriormente anunciada para o ano, que era de 21%.
 
No ano passado, o faturamento dos cartões de crédito foi de R$ 479,5 bilhões, uma elevação de 16,6% sobre 2011. Com menor faturamento, da ordem de R$ 244 bilhões, a função débito teve um ritmo de crescimento maior, de 20,6%. As projeções são de aumento de 15,7% no crédito (R$ 555 bilhões) e de 19,3% no débito (R$ 292 bilhões). "O crescimento da função débito é uma tendência mundial e isso já aconteceu na Europa e nos Estados Unidos. No Brasil está relacionada à bancarização, que incluiu novos correntistas no sistema. É natural que, primeiramente, o consumidor use mais o cartão de débito e, depois, o de crédito. As duas modalidades têm alto potencial de crescimento", avalia Noronha.

 


 
De acordo com o levantamento da entidade, a participação dos cartões de débito no faturamento de estabelecimentos comerciais foi de 21% no ano passado, ainda abaixo da participação de cartões de crédito, que foi de 37%. Os meios não eletrônicos – como dinheiro, cheque, fatura e carnê – responderam por 42% do faturamento do comércio. Os dados são de levantamento encomendado pela entidade ao Datafolha, realizada em 11 capitais brasileiras.
 
Segundo Noronha, os benefícios dos cartões aos comerciantes são expressivos, como o aumento da segurança e redução da inadimplência, além de aumento nas vendas. De acordo com o presidente da entidade, a cada 10% de incremento na participação dos cartões no comércio, o Brasil soma 5% mais em tributos como Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). Em valores absolutos, o incremento para os cofres públicos seria de R$ 1,7 bilhão, conforme cálculos de 2010.



Veículo: Diário do Comércio - SP


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