A partir deste ano será instituído o vazio sanitário em Minas, entre 15 de setembro e 25 de outubro.

O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) divulgou ontem as novas regras fitossanitárias para o controle da mosca-branca na cultura do feijão. A partir deste ano será instituído no Estado o vazio sanitário da cultura, que vai de 15 de setembro a 25 de outubro. A principal modificação nas regras é a extensão do prazo de plantio, em 15 dias, nas regiões localizadas abaixo de 700 metros de altitude. A medida foi tomada para que os produtores tivessem tempo suficiente para replanejar o plantio.

O objetivo do vazio sanitário na cultura do feijão é reduzir a oferta de alimentos para a mosca-branca, o que contribui para a queda do ciclo de proliferação da praga e, conseqüentemente, das doenças transmitidas.

De acordo com o engenheiro agrônomo e extensionista da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) na região de Unaí, no Noroeste do Estado, Reinaldo da Silva Martins, o vazio sanitário é considerado fundamental para o controle da mosca-branca.

"A produção de feijão neste ano foi muito afetada pelo ataque da mosca-branca. Além da queda substancial na produtividade, vários produtores registraram quase perdas totais das lavouras, acumulando prejuízos significativos", disse Martins.

De acordo com dados do IMA, a Portaria 1.322, de 28 de junho de 2013, instituiu as medidas fitossanitárias para a prevenção e o controle da mosca-branca, uma das piores pragas que ataca a cultura do feijão.

Segundo o gerente de Defesa Sanitária Vegetal do IMA, Nataniel Diniz Nogueira, a alteração nas regras foi necessária uma vez que vários produtores tinham se preparado para plantar o feijão ao longo de julho.

"A modificação na portaria foi fundamental para atender à demanda do produtor, já que a adoção do vazio sanitário na cultura é nova e muitos não tiveram condições de remanejar os planos de plantio", disse Nogueira.

Ao contrário dos anos anteriores, em 2013 o plantio do feijão nas áreas localizadas acima de 700 metros de altitude foi autorizado somente até 1º de julho. Em propriedades localizadas abaixo de 700 metros de altitude o plantio está autorizado até o próximo dia 15.

"Após o período do vazio sanitário vamos fazer uma avaliação e planejar o próximo ano. O objetivo é divulgar as regras mais cedo e com isso permitir que os produtores tenham mais tempo para planejar o plantio da terceira safra", disse Nogueira.


Municípios - O vazio sanitário será obrigatório nos municípios de Arinos, Bonfinópolis de Minas, Brasilândia de Minas, Buritis, Cabeceira Grande, Chapada Gaúcha, Dom Bosco, Formoso, Guarda-Mor, João Pinheiro, Lagoa Grande, Natalândia, Paracatu, Riachinho, Unaí, Uruana de Minas, Urucuia e Vazante.

Entre 15 de setembro e 25 de outubro, mas localidades acima citadas, será proibida a manutenção de plantas de feijão no campo. Apenas as áreas de pesquisas que estiverem cadastradas junto ao IMA poderão manter o plantio do grão. Além do período do vazio sanitário, também fica proibido o plantio de feijão entre 1º de janeiro e 30 de março de cada ano, nos municípios listados acima.

De acordo com as novas regras, todo produtor de feijão deverá cadastrar, junto ao IMA, a cada safra, as áreas plantadas com no mínimo um ponto georreferenciado da propriedade, em até 30 dias após o término do plantio.

Também é de responsabilidade do produtor a eliminação das plantas durante a vigência do vazio sanitário, bem como a eliminação de todos os restos culturais ou soqueira no prazo de 15 dias após a colheita.

A fiscalização do vazio sanitário do feijão neste ano terá início em 1º de outubro nas propriedades localizadas acima de 700 metros e em 15 de outubro, nas propriedades abaixo de 700 metros. "Entre 15 e 30 de setembro, os fiscais do IMA estarão em campo para conscientizar os produtores em relação às regras do vazio e a importância de sua adoção", disse Nogueira.



Veículo: Diário do Comércio - MG