A Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (Abef) enviou ofício ao governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho, solicitando que não seja sancionado o projeto de lei 1.133/2007, que determina, entre outras ações, a adoção da criogenização para as aves comercializadas nos supermercados e demais estabelecimentos no Estado do Rio de Janeiro.

 

Na justificativa do projeto, o deputado Jorge Babu (sem partido) argumenta que "a maior dúvida dos consumidores é se o frango possui o peso identificado na embalagem, ou se estão levando para casa uma grande quantidade de água congelada no interior do produto". Ele afirma que a utilização da criogenização (congelação rápida de alimentos) impede que se formem cristais de gelo nos frangos, que é o que gera acúmulo de água.

 

O presidente da Abef, Francisco Turra, disse que o excesso de água no frango é uma prática reprimida pela fiscalização do Ministério da Agricultura e condenada pela Associação.

 

"O projeto, além de não auxiliar no combate a esta prática, onera enormemente produtores e frigoríficos, exigindo grandes investimentos em equipamentos e adequação de propriedades. O resultado vai penalizar o consumidor, tanto em relação a aumentos de preços do frango quanto em limitação da oferta do produto no mercado", afirmou Turra.

 

De acordo com dados da associação, o processo que os frigoríficos brasileiros adotam hoje, por etapas, é aceito pelos 153 mercados para onde o país exporta carne de frango, incluindo, por exemplo, países-membros da União Européia e o Japão.

 

O diretor executivo da Abef, Ricardo Santin, disse que o caminho correto para evitar o excesso de água em frangos é aumentar a fiscalização.

 

"Quem coloca excesso de água no frango, o faz antes do congelamento e se isso ocorre é porque está havendo falha na fiscalização", acrescentou. Segundo Santin, se a lei for sancionada, há risco de haver desabastecimento de frango no Rio de Janeiro, porque muitos pequenos produtores não tem capacidade logística de praticar a criogenização.

 

Veículo: Jornal do Commercio - RJ