Independência demite; pecuarista quer boi à vista

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O Independência, que está em recuperação judicial e já havia demitido 6.200 funcionários desde março, comunicou o desligamento de outros 1.100 na quarta-feira. Os novos demitidos trabalhavam nas unidades de Colíder, Pontes e Lacerda e Juína, em Mato Grosso, e de Nova Andradina (MS).

 

Apesar de as unidades mato-grossenses não estarem operando desde o fim de fevereiro, quando a empresa parou por dificuldades financeiras, os empregados vinham sendo mantidos. Mas, sem perspectiva de retomar a atividade nessas fábricas nos próximos meses, o Independência decidiu demiti-los.

 

A empresa também dispensou funcionários que estavam em Nova Andradina, à espera de que o abate e a desossa de gado fossem retomados. Em maio, o Independência anunciou que reabriria a unidade, o que não ocorreu devido ao mercado adverso e a questões tributárias em Mato Grosso do Sul.

 

Em comunicado, o Independência informou que alguns funcionários das unidades fechadas, que seguirão com um quadro mínimo para segurança e manutenção, serão realocados em outras fábricas. A empresa tem, hoje, duas unidades operando parcialmente: Janaúba (MG) e Rolim de Moura (RO). As atividades de curtume de Nova Andradina e Colorado do Oeste, charque em Santana de Parnaiba, desossa em Cajamar e logística e exportação em Santos também prosseguem.

 

A companhia, que tem dívidas de R$ 3,5 bilhões, diz que as medidas são parte de um "ajuste das operações à realidade do mercado atual". O cronograma de reabertura de unidades constará do plano de recuperação do Independência, que será a apresentado nas próximas semanas.

 

A situação do Independência e de outros frigoríficos em dificuldade financeira levaram as federações que reúnem agricultores e pecuaristas de Mato Grosso do Sul (Famasul), Mato Grosso (Famato) e Goiás (Faeg) a lançarem a campanha "Só à vista", que recomenda que os pecuaristas só vendam animais se o pagamento for à vista.

 

Ademar Silva Júnior, presidente da Famasul, diz que a ideia é evitar novos calotes, pois frigoríficos têm tido dificuldades em obter capital de giro de curto prazo. As dívidas de frigoríficos que fecharam ou pediram recuperação com pecuaristas do Centro-Oeste somam R$ 350 milhões, segundo as entidades.

 

Veículo: Valor Econômico


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