Forno de Minas cresce quase 40% e tenta voltar ao volume de 1999

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A Forno de Minas, fabricante de pão de queijo e fornecedora de leite e derivados para a indústria, projeta voltar em 2014 ao nível de volume vendido em 1999, de 1,6 mil toneladas de pão de queijo ao mês. Em 2013, a Forno de Minas investiu R$ 25 milhões, sendo R$ 8 milhões em marketing. O restante foi aportado para dobrar a capacidade produtiva. Agora, a companhia prepara lançamentos para 2014 e planeja aumentar o mix de produtos, com a entrada em novas categorias de alimentos.

Mais de 80% do investimento é financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). O restante sai do caixa da companhia e de linhas de crédito de bancos de varejo. Para 2014, a projeção é investir R$ 15 milhões em desenvolvimento de produtos e marketing.

"Queremos continuar crescendo nos níveis que estamos crescendo, de 30% a 40% ao ano, aumentar nossa participação no "food service" [alimentação fora do lar, como bares e restaurantes] e complementar o mix de produtos tanto para varejo quanto para o "food service", diz o diretor-presidente da Forno de Minas, Helder Couto Mendonça, sem revelar as novas categorias que estão nos planos. A ideia é aumentar a participação de outros produtos, que não pão de queijo, nas vendas totais. Além disso, afirma o empresário, a empresa pretende aproveitar a visibilidade da Copa para elevar as exportações.

"Em 2013, investimos em voltar ao food service, que historicamente representava 50% do negócio. Quase dobramos o tamanho da equipe de vendas, aumentamos as filiais. Foi um ano de estruturação. A Forno está bem preparada para crescer."

A companhia continua em busca de um sócio investidor. Em junho de 2013, Mendonça anunciou que pretendia vender de 20% a 30% do capital e levantar cerca de R$ 150 milhões. Hoje, a MK Empreendimentos e Participações, dos sócios Helder Couto Mendonça, Hélida Mendonça, Maria Dalva Couto Mendonça e Vicenti Camiloti tem 71% da empresa. A Bozano Investimentos (formada a partir da fusão da gestora Mercatto com BR Investimentos, e Trapezus Asset Management) é dona dos outros 29%.

Em 2003, o faturamento da Forno de Minas ficou em torno de R$ 205 milhões, abaixo da previsão inicial de R$ 220 milhões. O desempenho foi 38% maior que o de 2012, "apesar de o cenário macroeconômico não ter crescido o que esperávamos", diz Mendonça. A expectativa era seguir o avanço de 2012, quando as vendas cresceram 40% sobre o ano anterior.Considerando apenas o negócio de pão de queijo, as vendas somaram R$ 160 milhões. A receita com o segmento de laticínios, que inclui as marcas Leiteria de Minas e Gran Condessa, totalizou R$ 45 milhões.

Dos 38% de acréscimo no faturamento, 26 pontos percentuais decorreram do aumento de volume e 12 pontos percentuais de aumento de preços. Segundo Mendonça, os reajustes ficaram "distantes do aumento nos preços dos insumos. Foi um ano fora da curva no preço das commodities."

A empresa passa por uma reestruturação desde que a família Mendonça voltou ao comando em 2009, quando recomprou da General Mills o negócio vendido dez anos antes."O mercado cresceu muito neste tempo. A Forno de Minas está em trabalho de recuperar a marca", diz ele. "Vínhamos fazendo um processo de retomada de mercado e de marca. Ainda é uma recuperação."

Mendonça diz que a Forno de Minas fechou 2013 com lucro, mas não detalha valores. No entanto, o lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ficou em 8% em relação à receita da Forno de Minas, sem contar o negócio de laticínios. O resultado ficou abaixo da projeção de 15% feita no começo do ano, que seria o "saudável" para a empresa, de acordo com o empresário.

O aumento dos custos com matérias-primas apertou as margens da companhia, que deixou para 2014 um lançamento que seria feito no ano passado. O queijo, que representa 60% do custo do produto, ficou 30% mais caro; os ovos subiram 40%, e o preço dos derivados de mandioca, como fécula e farinha, mais que dobrou.

Segundo Mendonça, a alta dos principais insumos "foi muito impactante". Ele diz ainda que a indústria não consegue repassar todo o aumento no custo de produção para a ponta, e que isso implica em redução de margem.

A Forno de Minas absorveu parte dos custos, pois não seria possível repassá-los integralmente sem perder clientes. A expectativa é que em 2014 alguns insumos voltem a patamares antigos de preços.Agora, a meta é chegar a 15% de Ebitda até 2015, afirma Mendonça, por meio da diluição dos custos fixos e ganho de escala nas áreas logística e comercial.



Veículo: Valor Econômico


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