Sindilat ataca importação de leite em pó

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O fim da importação brasileira de leite em pó será o primeiro desafio enfrentado pelo novo presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS), Carlos Marcílio Arjonas Feijó. Durante sua posse, ocorrida sexta-feira na Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Feijó afirmou que a competição com o produto importado está desestimulando o mercado.

 

Segundo o novo presidente, no mês de março entraram no Brasil 11.773 toneladas de leite em pó provenientes da Argentina, contra 1.970 toneladas em igual período do ano passado. "O problema não é só a quantidade, mas o preço com que o produto está chegando, que é de R$ 4,37 o quilo", diz. Para a indústria brasileira poder competir com o produto argentino, teria que baixar o valor do litro do leite pago ao produtor para R$ 0,38.

 

Essa redução ameaçaria acabar com a recente alta nos preços do leite no Estado, causada pela queda na produção devido à estiagem. De acordo com Feijó, a seca reduziu de 15% a 20% a captação do produto no Rio Grande do Sul. "A falta de matéria-prima aqueceu o mercado, mas a importação pode desestimular essa tendência", afirmou. O dirigente também afirmou que as empresas do setor de laticínios já estão se ajustando à menor oferta, que já era tradicional para essa época do ano, embora apresente-se em um nível mais acentuado do que o normal.

 

Em relação ao governo estadual, Carlos Feijó prometeu dar continuidade à luta pela isonomia tributária com os outros estados. O novo presidente explicou que o Rio Grande do Sul perderá a competitividade, caso entre em vigor uma nova lei fiscal de compra de embalagens para o leite UHT que vai onerar o produto em R$ 0,10 por litro. "Perder competitividade seria um abalo em nossa economia, pois o Rio Grande do Sul consome apenas 45% de sua produção", afirma Feijó. Segundo o Sindilat/RS, a produção de leite do Rio Grande do Sul em 2008 somou três bilhões de litros.

 

O novo presidente do Sindilat/RS disse ainda que a indústria de laticínios gaúcha não fala em crise. "Nosso produto, como os demais alimentos, não foi afetado pela crise. Estamos observando atentamente os reflexos econômicos em outros setores, mas os produtores ainda estão otimistas", afirmou.

 

Carlos Feijó tomou posse para o mandato 2009 a 2012 em substituição a Gilberto Antônio Piccinini. Compõem também a nova diretoria José Mario Hansen e Wilson Zanatta como vice- presidentes, Alexandre Guerra como secretário e Henrique Vontobel como tesoureiro.

 

Veículo: Jornal do Comércio - RS


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