Setor cafeeiro supera os gargalos

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                                Ações das cooperativas favorecem escoamento da commodity; mineira Cooxupé tem economia milionária com novo formato de transporte a granel



São Paulo - Os principais locais onde o café é cultivado, São Paulo e Minas Gerais, já eliminam parte das dificuldades com transporte pela proximidade do Porto de Santos. Entretanto, o setor ainda assume estratégias que economizam mais de R$ 18 milhões no escoamento, driblando os problemas de logística, um dos maiores entraves da agricultura.

É o caso da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), que no ano passado respondeu pela produção de cinco milhões de sacas de café, com cerca de 12 mil cooperados, das 25,7 milhões de sacas colhidas no Brasil, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Se a Cooxupé fosse um país, ela seria o sexto maior produtor mundial do setor.

"Neste ano, ao invés de seguir em sacas, 98% dos grãos vão para o porto a granel ou em big bag [pequeno silo]. Em 2014 já utilizámos este método e conseguimos a economia de R$ 18,5 milhões só em sacarias, além de evitarmos um desperdício de energia equivalente ao de 100 mil habilitantes/ano no decorrer do processo", conta o presidente da entidade, Carlos Paulino, ontem (4) durante o segundo dia do 14º Congresso Brasileiro do Agrone- gócio. De acordo com o executivo, no modelo logístico anterior eram necessários seis funcionários para encher um caminhão em 48 minutos. Agora, o tempo médio foi reduzido para 22 minutos com apenas um funcionário.

Ao DCI, o presidente da Macrologística Consultoria, Renato Casali Pavan, explicou que, aliado à distância de apenas pouco mais de 300 quilômetros entre as cooperativas de café e o porto, a commodity ainda tem um valor agregado superior ao da soja, por exemplo, o que traz níveis maiores de rentabilidade ao produtor rural.

Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que, no primeiro semestre deste ano, o preço médio da soja em grãos foi fixado em US$ 388 por tonelada, queda de 23,5% em relação aos US$ 507 por tonelada, praticados no mesmo período de 2014. No café verde, a média de valores dos primeiros seis meses de 2015 ficou em US$ 2,9 mil por tonelada, alta de 8,9% sobre os US$ 2,7 mil registrados na variação anual.

Case de sucesso

Nos últimos anos, a Cooxupé fez investimentos de mais de R$ 100 milhões na construção e ampliação do Complexo Industrial Japy, instalado no município mineiro de Guaxupé, onde também está localizada a matriz da cooperativa. A produção do sul de Minas, cerrado mineiro e no Vale do Rio Pardo (SP), é encaminhada para os armazéns mantidos em Guaxupé e em Monte Carmelo, também no sul de Minas, e para o complexo. Paulino lembra que a capacidade de armazenagem é de 228 mil toneladas.

Nesses locais, a Cooxupé investiu em estrutura para o beneficiamento do grão e para facilitar o processo logístico, o Japy possui um Redex (Recinto Especial para Despacho Aduaneiro de Exportação) no interior do complexo, agilizando a fiscalização aduaneira. Assim, os contêineres já saem devidamente liberados de Guaxupé e prontos para embarque quando chegam ao porto.

"Com uma estrutura alfandegária dentro do complexo, o contêiner sai lacrado e o importador recebe sem nenhum tipo de contaminação. Como a maior parte do trabalho é realizada antes da saída do caminhão, evitamos filas no porto e nosso produto vai direto para o navio", afirma o presidente da cooperativa. A rastreabilidade da produção é proveniente de um sistema automatizado por RFID, com um leitor de código de barras que capta as informações do produtor, qualidade, etc., antes que cada lote seja despachado.

Outros entraves

No caso da oleaginosa, além da distância entre as áreas produtoras e os portos, uma visita técnica realizada pela Comissão de Logística da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) e pelo Movimento Pró-Logística analisou como "crítica" a situação de alguns pontos percorridos na BR-163, principal via de escoamento pelo Arco Norte.

A equipe saiu de Sinop, no Mato Grosso e percorreu 1.300 quilômetros até Santarém, no Pará. Do total de quilômetros percorridos, 237 quilômetros não estão pavimentados.

De acordo com o diretor executivo do Pró-Logística, Edeon Vaz Ferreira, há empresas trabalhando na pavimentação. Ainda assim, a expectativa é de que os 1.300 quilômetros sejam finalizados só daqui a dois anos."Nós temos que buscar formas de garantir a trafegabilidade, uma vez que a pavimentação total da rodovia só vai se dar em 2017", completa.



Veículo: Jornal DCI


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