Compras através da internet em expansão

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Um dos maiores desafios enfrentados pelos comerciantes hoje é estar presente onde estão os clientes

A ideia de separar um dia para ir às compras ou virar freguês de determinada loja começa a ficar ultrapassada. Em um contexto onde o smarthphone está na palma da mão e transforma qualquer um em consumidor, os comerciantes precisam mudar sua visão de negócio e investir em estratégias on-line para sobreviver. A conclusão é do diretor da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico em Minas Gerais (Abcom-MG), Frederico Rocha, durante abertura do Digitalize-me, evento realizado na última semana, em Belo Horizonte, sobre o atual cenário do e-commerce no país.

Para Rocha, a maior barreira para o e-commerce hoje é a cultura do comerciante. Ele afirma que os empresários estão acostumados a abrir uma porta e esperar o freguês, enquanto deveriam sair para buscar o cliente. "O consumidor não sai mais para comprar, pois compra a todo instante. O desafio é estar presente nos lugares onde ele está na internet", analisa.

O presidente nacional da Abcom, Maurício Salvador, também acredita que o maior desafio do comércio eletrônico está na gestão. Ele explica que a tecnologia já foi um problema para o setor, mas evoluiu e hoje é possível abrir lojas virtuais a custos muito baixos. Para ele, faltam profissionais que tenham visão ampliada e saibam trabalhar com o público na internet. "Muitos acham que basta ter um site e o e-commerce vai ficar no ar, mas logo eles percebem que vão precisar de mão de obra com conhecimento multidisciplinar", diz.

Entre as principais características para a sobrevivência de uma loja virtual, Salvador destaca o conteúdo bem detalhado com fotos e descrição, uma boa solução de serviço de atendimento ao consumidor e uma plataforma eficiente de pagamento on-line. Ele também lembra a necessidade de planejamento antes da abertura do e-commerce e frisa a importância das campanhas on-line para buscar o consumidor onde eles estiverem navegando.

Além disso, o presidente da Abcom lembra que existem alguns produtos classificados como "mágicos" na internet, que são aqueles que têm grande aceitação no e-commerce. "Normalmente são itens leves, pequenos e de alto valor agregado, pois têm baixos custos de armazenagem, manuseio e frete. Se for produto de recompra é melhor ainda, pois garante um público fiel: um creme hidratante, por exemplo, será comprado muito mais vezes que uma geladeira", diz.

Ele também ressalta que produtos voltados para as mulheres fazem muito sucesso na internet. "Os principais consumidores do e-commerce no Brasil hoje são mulheres entre 24 e 49 anos, com renda abaixo de R$ 3 mil. Elas compram principalmente produtos relacionados a moda, saúde e beleza", afirma. Salvador também aconselha a venda de produtos cross borders, que são aqueles que podem ser comercializados para o mundo inteiro.

Atração - Se apenas colocar o site no ar não é suficiente, como o empresário vai atrair os clientes? A resposta está no investimento em múltiplos canais, de acordo com o gerente de Marketing na FastCommerce, Rafael Loddi, que foi um dos palestrantes do Digitalize-me. "Não existe mais o modo linear de compra: cerca de 63 milhões de milhões de pessoas assistem televisão ao mesmo tempo em que usam o computador. O consumidor hoje é multitela, então precisamos saber como entendê-lo e como impactá-lo no momento certo", diz.

Uma primeira ação é pensar melhor na usabilidade do site de compras. De acordo com Loddi, 5% das vendas on-line no Brasil são feitas por meio de dispositivos móveis, então o comerciante tem que estar preparado para essa realidade. "O processo de compra tem que ser facilitado, sendo possível com poucos cliques. Outra estratégia é colocar uma solução que complete os dados em cadastros para o cliente não ter que escrever tudo", sugere.

Para atrair o consumidor, Loddi também sugere a inserção de produtos em marketplaces, que são sites que reúnem diferentes marcas, como o Mercado Livre e Buscapé. " mais um canal de comunicação para o cliente te encontrar", frisa. Além disso, ele sugere a construção de uma rede de afiliados: a ideia é fazer parcerias com pessoas e sites que são influenciadores na internet e podem agir como representantes comerciais. Como exemplo ele cita os blogueiros, que têm milhares de seguidores e têm alto poder de convencimento.

Por fim, o gerente destaca a necessidade de oferecer ao cliente experiências por meio de sua marca. "Cada vez mais as pessoas querem experiências únicas na internet, então você tem que ter estratégias nesse sentido. Para isso é preciso saber quem é o seu consumidor, o que ele gosta e oferecer coisas similares ao perfil dele", diz.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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