Hortifrútis puxam a carestia

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Os preços de alimentos, que vêm puxando a inflação para cima, colocam o Ministério da Agricultura na berlinda. Para alguns críticos, faltam medidas que garantam a oferta de produtos baratos e de qualidade. O titular da pasta, Neri Geller (PMDB), nega. “É um equívoco”, disse. Ele admite, porém, que o país corre atrás do prejuízo em termos de capacidade de armazenagem de grãos e cereais. “Temos um problema de logística”, reconheceu.

O deficit de armazenagem é estimado em 40 milhões de toneladas apenas para grãos, principalmente milho e soja. O governo planeja, em cinco anos, aumentar a capacidade total em 72 milhões de toneladas. A ampliação inclui R$ 25 bilhões em financiamento com recursos públicos, a juros de 3,5% ao ano, abaixo da inflação. Mas ninguém deve esperar resultados neste ano: os primeiros armazéns só ficarão prontos em cerca de oito meses.

Descompasso


A ideia é beneficiar os produtores, que deixarão de ser obrigados a vender toda a produção logo em seguida à colheita. Com o incentivo ao agronegócio, Geller argumentou, haverá maior oferta para exportar e para o mercado interno. “O Brasil tem um potencial de produzir muito alimento. Tendo preço bom, o produtor vai plantar.”

Questionado, Geller disse que, pessoalmente, é contrário à possibilidade de expurgar a alta dos preço dos alimentos do índice oficial de inflação. “Mas questões macroeconômicas são de responsabilidade do Ministério da Fazenda”, salientou.

Nos últimos meses, o desencontro entre oferta e demanda tem acelerado as remarcações. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março ficou em 0,92%, e só o item alimentos teve alta de 2,06%. Alguns produtos mostraram aumento bem maior. O tomate subiu 31,72% neste ano. A batata, 17,27%. Geller afirma que a elevação é temporária. “No caso dos hortifrútis, os ciclos de plantio são curtos e, em 60 dias, os preços vão cair ao patamar anterior”, apostou.

Para esses dois produtos, como outros hortifrútis, o governo não tem política de preços mínimos que garanta a renda do produtor nem estoques reguladores, pois é muito caro armazená-los. Geller nega, porém, que falte apoio ao agricultor. “Há programas para irrigação, que permitem produzir em mesmo no período de seca.” Na opinião do ministro, cabe ao consumidor deixar de levar os itens que estão caros em determinado momento e voltar a procurá-los apenas quando o preço baixar. “Ele tem que comprar outra coisa. Economizar um pouco.”



Veículo: Diário de Pernambuco


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