Sofisticação muda perfil do mercado de pets

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Um dos segmentos que mantêm um ritmo de crescimento no País é o do mercado de produtos e serviços para animais de estimação (pets). Contudo, a competição no segmento tem feito a categoria buscar diversificação de investimentos, logo setores como o de franquias têm atraído empresas como a DrogaVET, rede especializada na manipulação de remédios para pets.

Com 20 operações abertas, sendo duas próprias e 18 franquias, a empresa, ao explorar o ramo de franchising, aposta na ampliação de suas lojas e pretende abrir pelo menos mais sete unidades este ano. A companhia registrou um faturamento de R$ 17 milhões em 2013 e estima crescer 17% nos próximos anos.

Em alta no segmento pet, essa é uma categoria que tem chamado muita atenção nos últimos anos, como conta a sócia fundadora e farmacêutica da rede, Sandra Schuster. "Para este ano, a nossa previsão é de que o faturamento cresça pelo menos 10%. Como o mercado está em alta, a estratégia é expandir os negócios para cidades com mais de 500 mil habitantes. Em longo prazo pretendemos abrir entre 20 e 30 novos pontos da marca, isso em até sete anos".

Para quem está pensando em abrir uma franquia da DrogaVET, os negócios da rede são voltados preferencialmente para profissionais da categoria - como veterinários e farmacêuticos. "O valor da franquia varia de acordo com o tamanho da cidade, a área e onde será aberta a unidade. Para locais com até 500 mil habitantes, o investimento fica em torno de R$ 120 mil. Já para as regiões acima desse número, o valor a ser aplicado fica por volta de R$ 220 mil", disse Sandra. Ainda de acordo com a executiva, o faturamento de um franquiado costuma girar em R$ 100 mil mensais.

Voltada principalmente para as classes A e B, as franquias da rede acabam atendendo todo tipo de público, como conta a empresária. "Recebemos todos os tipos de pessoas. Muitos nos procuram para manipular um determinado número de comprimidos, já que a manipulação acaba saindo mais barata do que a compra de uma caixa completa do medicamento", contou.

Fundada em 2004, a rede foi criada por Sandra Schuster, que sempre atuou no segmento de manipulados. "Sempre trabalhei na área e resolvi apostar nessa categoria depois que conheci um americano durante um congresso. Ele me apresentou o mercado que nos Estados Unidos era muito forte", disse. Ainda segundo ela, há 11 anos trás não existia concorrência no setor. "A primeira loja nasceu em Curitiba e nessa época eu tinha pelo menos 100 concorrentes que manipulavam no mercado humano, mas nenhum no mercado de pets", ressaltou a executiva.

Shopping de animais

Já no segmento varejista, uma rede que tem crescido no ramo é a Cobasi, com expertise em shoppings especializados em animais. Com 23 lojas próprias em funcionamento, divididas entre São Paulo e Rio de Janeiro, a empresa registrou crescimento de 15% em 2013 e planeja abrir, até dezembro, mais 11 lojas da categoria, todas também próprias.

Pensando no crescimento do negócio, a empresa criou no ano passado uma segunda marca, a Pet Fácil uma loja menor com cerca de 800 metros quadrados, voltada às compras rápidas (formato express), como conta Daniela Bochi, gerente de Marketing da Cobasi. "Objetivo do negócio é entrar em locais onde não caberia uma loja da Cobasi. Esses empreendimentos são mais compactos, porém não necessariamente pequenos. Com um mixer menor, as pessoas encontram os produtos para os seus animais de estimação, mas sem os serviços oferecidos nos shoppings da empresa", contou.

Sem pretensões de se expandir por franquias, Daniela garante que a procura por investidores é grande. "Recebemos diversas proposta de pessoas interessadas em abrir uma unidade da Cobasi, mas como esse é um empreendimento da família Nassar, os donos, por enquanto, não pensam em seguir por esse caminho".

Pioneira no comércio eletrônico (e-commerce) para pets, a rede entrou no mercado on-line em 2009, porém sem muito sucesso no início. "O começo não foi muito bom. Nessa época faltava a cultura do consumidor brasileiro de comprar produtos na rede. As pessoas não se programavam e era tudo muito imediato. O segmento só começou a ganhar força com a chegada das grandes lojas que operam na internet, elas ajudaram a gente a crescer", afirmou.

Em relação às vendas, a companhia não divulga números, mas diz que a concorrência no mercado é alta, principalmente com a presença da categoria pets nos supermercados. "Muitas pessoas pensam que os nossos principais concorrentes são as empresas do mesmo segmento, mas não, o mercado está muito forte de uma maneira geral. Os supermercados varejistas, por exemplo, são grandes concorrentes, já que vedem rações e estão cada vez mais aumentando seus espaços na categoria", ressaltou.

Com público homogêneo, as lojas da Cobasi recebem diariamente todos os tipos de pessoas em suas unidades. "Não existe uma classe consumidora definida, o público é muito misto e isso varia muito da região em que a loja está instalada", afirmou a gerente de marketing. "O que determina o quanto a pessoa irá gastar não é o poder econômico, mas a relação que o indivíduo possui com o seu animal. Isso é o que procuramos trabalhar em nossas campanhas publicitárias".

Ainda de acordo com Daniela, os shoppings da empresa deixaram de ser um local onde as pessoas costumam ir apenas para realizar compras. "A Cobasi é hoje um local de lazer, aonde as pessoas vão com a família para passear, passar o dia. As lojas se tornaram um local de compra prazerosa e deixaram de ser apenas centros de vendas", contou. Criada em 1985, inicialmente a Cobasi era voltada para o setor de agropecuária. Somente na década de 1990 a empresa começou a importar produtos especializados para os pets.

Competição

O setor supermercadista tem incomodado as empresas especializadas em produtos e serviços para animais de estimação. Apesar de as vendas de produtos para pets representarem apenas 0,8% do setor, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), há um crescimento da área nas grandes redes, como Extra, Walmart, Carrefour, Pão de Açúcar, além de produtos e espaços já identificados desse setor também em redes médias. Contudo, a competição ainda é pequena, mas há um receio de uma mudança de cenário nos próximos anos, dizem especialistas.



Veículo: DCI


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