Estiagem ameaça retomada da balança de lácteos

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A estiagem no Sudeste do país ameaça a recuperação que marcou o comércio exterior de produtos derivados de leite neste começo de ano

O ano de 2008 foi o último em que o Brasil registrou superavit na balança comercial de lácteos, com saldo de US$ 298 milhões. De 2009 a 2013, houve cinco deficit sucessivos. No ano passado, as importações superaram as exportações em quase meio bilhão de dólares.

No primeiro trimestre de 2014, o deficit somou menos de US$ 20 milhões. Apesar de a conta ainda estar favorável às compras do exterior, o número representou recuo de cerca de 80% ante os três meses iniciais de 2013, quando o saldo negativo ficou acima de US$ 90 milhões.

Esse desempenho teve um empurrão do aumento de produção, provocado pelos bons preços pagos aos pecuaristas no ano passado. O país fechou 2013 com a ordenha de 33,4 bilhões de litros, alta de cerca de de 4% em relação ao ano anterior, diz Rosangela Zoccal, pesquisadora da Embrapa Gado de Leite.

Com mais matéria-prima à disposição, a cadeia produtiva do leite pôde, no começo deste ano, buscar os mercados externos com os estoques mais abastecidos.

O preço favorável do leite em pó no mercado internacional também estimulou a exportação brasileira, afirma Natália Salaro Grigol, analista do Cepea, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Esalq-USP.

A tonelada superou US$ 5.000 no primeiro trimestre deste ano. Em igual período do ano passado, não ultrapassou US$ 4.300.

A estiagem nas propriedades do Sudeste prejudica as pastagens, principal fonte de nutrição de rebanhos. Como agravante, "nem todo mundo conseguiu produzir silagem de milho [alternativa de alimento para o gado]", diz Zoccal. A âncora na produção para exportar mais, portanto, enfrenta seus riscos.

Apesar desse diagnóstico, a pesquisadora da Embrapa considera possível que o país, no balanço anual, consiga manter a produção leiteira em ascensão. Isso, se voltar a chover bem na volta da temporada das águas, no segundo semestre, e se o Sul, menos prejudicado pela seca, continuar avançando nas ordenhas em relação às demais regiões do país.

Não para Mais uma estimativa de redução para a produção brasileira de café na nova safra. Desta vez foi a do Citigroup, que prevê, para a temporada 2014/15, um total de 44,3 milhões de sacas, recuo de 10% em relação aos 49,2 milhões "oficiais" do ano passado.




Veículo: Folha de S. Paulo


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