Pelo segundo ano consecutivo, a Via Varejo, a maior varejista de produtos eletroeletrônicos do país, conseguiu registrar forte alta no lucro - expansão de 268% no acumulado de 2013 para R$ 1,17 bilhão - com queda nas despesas e margem líquida duas vezes maior, de 1,5% para 3,3% no ano passado. Numa situação operacional mais confortável, o plano de crescimento orgânico será acelerado.
A companhia confirmou informação antecipada pelo Valor de abertura de 210 lojas até 2016 - dentro de um total de 655 pontos a serem inaugurados pelo Grupo Pão de Açúcar (dono da Via Varejo) nos próximos três anos.
A previsão de 210 unidades novas equivale a uma média anual de 70 pontos novos por ano - 71% acima do total de 41 unidades inauguradas em 2013. Em 2012, foram 33 aberturas.
A companhia não informa valor a ser investido em 2014, mas em reunião com analistas no fim de 2013, o GPA informou que a companhia (incluindo a Via Varejo) deve investir neste ano valor próximo aos R$ 2 bilhões aplicados em 2013. Os focos de crescimento devem ser no Nordeste e no Centro-Oeste.
"Estamos na contramão do mercado [...] É um ano de incertezas, e todo começo de ano há mais incertezas, mas se você for um bom operador pode crescer acima do setor", disse ontem Francisco Valim, presidente da Via Varejo.
Segundo balaço trimestral, a receita líquida de outubro a dezembro cresceu 11,7% para R$ 6,2 bilhões, e no ano, a alta foi de 11,8% para R$ 21,7 bilhões. No conceito mesmas lojas (abertas há mais de 12 meses, retirando o efeito de inaugurações) o aumento nas vendas foi de 9%. O lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação atingiu R$ 1,261 bilhão, aumento de R$ 732 milhões frente ao mesmo período do ano anterior. O lucro líquido atingiu R$ 769 milhões de outubro a dezembro, expansão de 252%.
Algumas iniciativas tomadas dentro de um programa de redução de custos e despesas (que ganhou força no ano passado) ajudam a explicar os bons resultados. Renegociação de contratos com fornecedores, revisão da malha logística (na tentativa de colocar o produto certo no depósito certo, evitando gastos maiores em distribuição) e até mesmo mudanças na forma como a empresa montava os móveis vendidos, para reduzir perdas, foram algumas medidas tomadas recentemente.
Aos analistas, a empresa informou, por exemplo, que obteve uma economia de 7% em despesas com logística em 2013 e de 9% em despesas com energia elétrica.
Valim disse que a melhoria de resultados aconteceu com aumento de volume vendido e manutenção de preços combativos nas lojas, sem perda de margem e com ganhos de participação de mercado. Segundo a consultoria GfK, a Via Varejo aumentou sua fatia no varejo de eletroeletrônicos de 24,6% para 26%.
"Ganhos de eficiência não têm que acontecer necessariamente com cortes na estrutura e redução de investimentos. E foi isso que fizemos, mantendo projetos prioritários com revisão de despesas, crescendo por meio da eficiência".
Veículo: Valor Econômico