O presidente do Banco Central do Brasil (BC), Alexandre Tombini, afirmou ontem que a autoridade monetária brasileira está combatendo o repasse do câmbio aos preços, ao mesmo tempo que ressaltou que a inflação dos alimentos está reduzindo, mas ainda continua elevada.
Segundo Tombini, que deu palestra na London School of Economics, a inflação acumulada em 12 meses deve ficar ao redor de 5,7% em janeiro. Isso significa que ela ainda continua pressionada, acima do centro da meta oficial de 4,5%, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos.
A fala de Tombini ajuda a corroborar as avaliações de que o BC vai continuar com seu ciclo de aperto monetário, iniciado em abril e que tirou a Selic da mínima histórica de 7,25% para os atuais 10,50%.
Desde agosto passado, o BC faz intervenções diárias no mercado cambial com leilões de swaps tradicionais - equivalente à venda de dólares no futuro - para manter o dólar americano sem volatilidade.
Para Tombini, as expectativas para a alta dos preços cairão no momento em que a inflação corrente for colocada para baixo. O IPCA-15, prévia da inflação oficial do país, registrou alta de 0,67% em janeiro, fechando o acumulado em 12 meses a 5,63%.
Pesquisa Focus do BC mostrou que, pela mediana dos analistas consultados, o IPCA fechará este ano com alta de 6,02% e, em 2015, de 5,70%.
Tombini reforçou que o governo federal vai divulgar a nova meta ajustada de política fiscal e que ela deve ser consistente com endividamento brasileiro em comparação com o tamanho da economia.
Veículo: DCI