Sebrae lança manual sobre economia em embalagens

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Para coordenador do projeto, empreendedores ainda encaram embalagens como preocupação secundária

Para diminuir a perda de peças com acidentes e aumentar o valor dos produtos, o Sebrae lançou um manual com orientações para criação de embalagem de artesanato.

O material, que poderá ser encontrado nas unidades da instituição ou no site do Sebrae, dá informações como dicas para o desenvolvimento de embalagens de transporte e para venda e orientações obre formas de embalar diferentes materiais, como metal, porcelana, vidro e fibra natural.

Para a criação de embalagens com produtos reciclados, o manual dá dicas sobre como aproveitar caixas prontas, invertendo as que já foram usadas, por exemplo.

Ele também apresenta equipamentos que podem ser adquiridos por associações e cooperativas para a fabricação de sacos plásticos inflados ou para preencher embalagens com espuma.

Maurício Tedeschi, coordenador-técnico do projeto, diz que existe uma ideia de que gastar com embalagem é desperdício. A intenção do livro é modificar esta percepção, diz ele.

"Ainda existe uma cultura de se embalar as peças com jornal velho. É uma prática tradicional, mas acaba desvalorizando o produto. Quando você faz uma embalagem que agrega mais valor à peça, você transmite para o mercado esse conceito", afirma Tedeschi.

COMPETITIVIDADE

Tânia Machado, 63, diretora da Central Mãos de Minas, que reúne associações de artesãos do Estado de Minas Gerais, conta que a falta de embalagens adequadas já levou os artesãos ligados à central a terem uma perda média de até 30% de seus produtos.

Quando a Mãos de Minas começou a apoiar a exportação, em 2001, a questão das embalagens ficou mais evidente, diz Tânia.

"Passamos a procurar embalagens menores para conseguir um menor preço de frete e assim ter mais competitividade."

Até aquele momento, o mais comum era o uso de caixas preenchidas com jornal, que não protegiam adequadamente o produto.

Assim, a maior parte das quebras acontecia após passagem pela alfândega, quando os fiscais tiravam o enchimento para vistoria e não arrumavam da forma como eles estavam antes, diz Tânia.

Ela diz que a associação descobriu melhores formas de embalar com pesquisas e testes.

Atualmente, usam equipamentos próprios para fabricar as embalagens, que são vendidas a preço de custo para os artesãos associados.

"Hoje, nossa quebra não chega a 0,01%. Se acontece, é por algum erro na hora de embalar."



Veículo: Folha de S. Paulo


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