China vira 'fiel da balança' no mercado de trigo

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A dúvida de um milhão de dólares que divide os investidores que estão otimistas com as perspectivas para o trigo daqueles que estão pessimistas é o volume do grão que a China terá de importar.

O Departamento da Agricultura dos Estados Unidos (USDA) pegou os mercados no contrapé quando mais que dobrou sua previsão para a importação de trigo da China na safra 2013/14, para 8 milhões de toneladas.

A estimativa representa o maior volume desde o ciclo 1995/96 e coloca a China como a segunda maior importadora de trigo do mundo, perdendo apenas para o Egito. E foi divulgada depois que chuvas fora de época prejudicaram a safra chinesa em Henan, Shandong e Hubei.

A China anda ocupada comprando trigo de EUA, Austrália e Canadá. Mas, se os negociadores andam preocupados, isso não vem afetando os preços do produto. Em Chicago, os contratos com vencimento em dezembro fecharam ontem a US$ 6,64 por bushel, 16% abaixo do nível do início do ano e cerca de 4% menos do que quando o USDA divulgou sua projeção para as importações do país, no dia 11.

Traders afirmam que algumas safras da China estão sendo prejudicadas pelas chuvas, mas que a qualidade geral do trigo do país é que está sendo afetada, o que está elevando a demanda por trigo de qualidade, usado na produção de alimentos.

Amy Renolds, do Conselho Internacional de Grãos (IGC, na sigla em inglês), diz que a China vai aumentar suas importações na medida em que suas reservas de trigo forem envelhecendo. "Eles vão usar os grãos mais velhos para rações e importar algum trigo de qualidade superior", afirma ela.

Um importante negociador de grãos não vê com bons olhos o fato de um grande volume de importações chinesas de trigo estar circulando no mercado no momento.

A FAO diz que as principais províncias produtoras de trigo da China tiveram uma boa safra. Segundo a agência da ONU para agricultura e alimentação, a seca no oeste do país e as enchentes em regiões de algumas províncias do leste terão efeito limitado sobre a produção nacional e as importações deverão seguir em cerca de 5 milhões de toneladas.

As previsões sobre as importações da China estão sendo divulgadas em um momento de incerteza quanto aos níveis de produção em 2013/14. O governo chinês também importou grandes volumes em 2003/04 e 2004/05.

Entretanto, naquelas temporadas a oferta disponível nos principais exportadores era maior, conforme as estatísticas do USDA. Este ano, os estoques exportadores deverão ser mais apertados, acrescenta. Há também preocupações com uma eventual volta do Egito ao mercado global de trigo, para repor os estoques estatais, depois que o país teve problemas com suas reservas internacionais. Mas muitos analistas estão otimistas com o cenário para o mercado de trigo este ano.



Veículo: Valor Econômico


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