Animação para a folia de Momo não contagia o comércio

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As festas de fim de ano se foram e, com isso, o pernambucano começou a fazer contagem regressiva para o carnaval. Mas a proximidade entre os dois períodos tem penalizado o varejo, que ainda não viu as vendas esquentarem

 
Mal acabaram as festas de fim de ano e as atenções do comércio varejista e dos consumidores já se voltaram à maior festa popular do Brasil. Para milhares de foliões, a contagem regressiva para o carnaval começou com a procura e escolha de fantasias, adereços e até de confete e serpentina, que não podem faltar durante a folia de Momo. O problema é que nas lojas do Centro do Recife, o clima não esquentou e muitas águas ainda vão rolar.

No bairro de São José, referência quando o assunto é a venda de produtos para o carnaval, o varejo está preparado há tempos para receber seus clientes de época. Mesmo assim, faltando menos de um mês para a folia, o movimento é considerado fraco pelos comerciantes. Os estabelecimentos até que estão cheios, mas de consumidores pesquisando preços.

A reportagem do Diario foi conferir como anda a movimentação nas lojas e pôde comprovar que os gastos ainda são tímidos. De acordo com a Câmara dos Dirigentes Lojistas do Recife (CDL-Recife), a baixa procura é reflexo dos compromissos financeiros de todo início de ano. Além disso, o órgão entende que a população, embora tenha consumido mais, está mais cautelosa quanto aos gastos e os rumos da economia. Traduzindo: as pessoas têm esperado mais para gastar, adequando suas despesas às necessidades e ao orçamento.

“Todo começo de ano o ciclo é o mesmo, com as pessoas pagando material escolar dos filhos, compras de fim de ano, despesas com impostos, como IPTU e IPVA, entre outros compromissos. Mas acreditamos que nas duas últimas semanas que antecedem o carnaval haverá um plus no comércio varejista. Mesmo quem brinca em casa gosta de estar bem vestido, com adereços no clima do carnaval”, diz Fernando Martins, gerente de relacionamento e tecnologia do CDL-Recife.

Elenildo Pergentino, gerente de uma das lojas mais movimentadas da Rua das Calçadas, diz que todo o layout do estabelecimento foi modificado em pleno Natal, no dia 25 de dezembro, por conta do período carnavalesco. Mesmo se antecipando para a festa, as vendas ainda estão em banho-maria, embora o estoque de produtos esteja preparado para atender à demanda.

“Os produtos aumentaram cerca de 15% em relação a 2012 e isso contribui para que o movimento ainda esteja tímido. Mas temos uma novidade que está vendendo bem”, revela. A carta na manga deste ano são painéis fabricados em papelão ou PVC, com figuras conhecidas da cultura popular, como Carmem Miranda, Gonzagão, Mulher do Dia, Homem da Meia-Noite e ainda imagens de passistas de frevo e caboclos de lança. As peças servem para decoração de ambientes fechados e abertos.

“Os painéis estão vendendo muito bem. Custam R$ 10,60 ou R$ 17, dependendo do material. Na semana passada, vendemos muitas peças para três prefeituras do interior e temos mais encomendas. Também tem gente comprando para decorar as casas. O movimento vai melhorar, creio que vamos aumentar as vendas em 30%”, crava Pergentino.

De olho nas fantasias

Outro ramo bastante rentável nesta época está apresentando vendas fracas, ao menos por enquanto. As fantasias, itens dos mais procurados, já tomam conta das vitrines com preços, temas e materiais bem variados. Em média, encontra-se uma boa alternativa a partir de R$ 40 ou R$ 50.  Se a intenção é escolher algo mais requintado, prepare-se para desembolsar entre R$ 150 e R$ 400.

Fabiana Silva, vendedora de uma loja na Rua de Santa Rita, conta que os clientes que quiserem economizar podem escolher uma fantasia mais simples. As opções são várias: Maria Bonita, She-Ra, pirata de luxo, Cleópatra, Eva, aeromoça, Sininho… Tem de tudo. “As fantasias mais simples estão custando a partir de R$ 89,90 e as mais requintadas, de R$ 146,90 em diante. As mais vendidas são Mulher Maravilha, Chapeuzinho Vermelho, Rainha de Copas, presidiária e Branca de Neve, além dos super-heróis”, enumera.

Quem pesquisar, pode levar vantagem e conseguir um preço mais em conta e até descontos. O artesão Antônio de Pádua e a professora Luzia de Pádua visitaram o “vuco-vuco” à procura de fantasias para o Baile de Máscaras. Uma entrada de loja aqui e outra ali, nada de fechar negócio. “Nossa intenção é gastar até R$ 100 por fantasia. Mas por enquanto estamos preferindo pesquisar os preços. Como ainda faltam três semanas, temos tempo para escolher a melhor opção”, diz Antônio. “O segredo é andar e pesquisar por que os preços variam”, completa Luzia.

Cláudia Virgínia Feijó, gerente de outra loja próxima à Rua de Santa Rita, diz que, quando o movimento é bom, chega a vender até 70 peças por fim de semana. O estabelecimento oferece cerca de 150 tipos de fantasia. No momento, a média está entre 30 e 40 unidades, mas ela acredita que as vendas vão melhorar. “Os produtos aumentaram 10% em relação ao ano passado. Chegando mais perto do carnaval, as pessoas geralmente se empolgam e gastam mais”, conta. Como diz a marchinha, “deixa as águas rolar”.


Veículo: Diário de Pernambuco


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