Medicamentos genéricos são, em média, 52,92% mais baratos que os de referência
As vendas de genéricos e não-medicamentos (como produtos de higiene e beleza) vêm crescendo nas farmácias, o que é uma boa notícia para o setor, apontam especialistas. O faturamento com genéricos nas 28 maiores redes de farmácias do país cresceu 26,9% em 2011, alcançando R$ 2,25 bilhões, segundo dados da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma). Já as vendas de não-medicamentos chegou a R$ 6,15 bilhões em 2011, aumento 28,6% em relação aos R$ 4,7 bilhões apurados em 2010. Com isso, "as farmácias e drogarias conseguem manter as margens oferecendo um maior mix de produtos aos clientes", afirma o diretor da consultoria Mixxer, especializada em varejo, Eugênio Foganholo.
Segundo pesquisa divulgada pelo Procon-SP na semana passada, os medicamentos genéricos são, em média, 52,92% mais baratos que os de referência. Por terem preços menores, pode-se pensar que os genéricos não seriam atrativos para as drogarias, mas isso não se verifica. Relatório do banco de investimentos Raymond James, assinado pelos analistas Guilherme Assis e Joseph Giordano, estima que os remédios genéricos oferecem margem bruta de 55%, enquanto produtos de marca geram margens em torno de 20%, provendo, portanto, "varejo e distribuidores com um maior lucro bruto por unidade".
Os não-medicamentos representam cerca 30% das vendas das redes ligadas à Abrafarma. Para o presidente da entidade, Sérgio Mena Barreto, grande parte da lucratividade do setor vem desses produtos, já que as empresas atuam em um mercado de "alta competitividade, preços de remédios controlados pelo governo e baixas margens". Como um todo, o setor de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos cresceu 18,9% no Brasil em 2011, com faturamento de R$ 43 bilhões, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec). O consultor Eugênio Foganholo vê as farmácias tornando-se cada vez mais uma referência para os consumidores desses tipos de produtos.
Para os analistas do Raymond James, maior penetração de genéricos deve fomentar mais vendas de produtos de higiene e beleza. "Os consumidores vão ter mais renda disponível para comprar à medida que substituem seus remédios de marca por genéricos", diz o relatório "Digging into generics", divulgado na semana passada.
A Raia Drogasil apresentou crescimento em ambos segmentos no primeiro trimestre de 2012. Em comparação ao mesmo período de 2011, a venda de genéricos cresceu 34,5%, com higiene e beleza aumentando 24,6%. O mix total das vendas da empresa é composto por: 44,6% de remédios de marca, 30,7% não-medicamentos, 19,7% por remédios que não precisam de prescrição e 10,8% de genéricos.
A Brazil Pharma também aposta nestes setores. Recentemente, em teleconferência referente aos resultados do primeiro trimestre, o diretor de relações com investidores da companhia, Rodrigo Lobo, afirmou: "O genérico é a forma pela qual trazemos novos clientes para nossas lojas. Por isso somos bastante agressivos nos preços, para que sobre dinheiro no bolso do cliente e ele possa comprar outros produtos nas nossas lojas".
Veículo: Diário do Comércio - MG