Vendas do comércio de BH continuam em ritmo lento

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Maioria dos comerciantes disse que houve piora nos resultados dos negócios

 



Mesmo estendendo o período de promoções e liquidações até março, o faturamento do comércio varejista de Belo Horizonte não reagiu. Para 55% dos comerciantes da Capital, houve piora no resultado das vendas que caíram, em média, 26,4% no mês passado em relação ao mesmo intervalo de 2014. Foi a maior queda no ano até o momento, segundo a Análise do Comércio Varejista, realizada pela equipe de Estudos Econômicos da Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas) e divulgada ontem.

Em relação a fevereiro, a pesquisa mostrou que 49,1% dos empresários tiveram uma piora no faturamento de, em média, 22% em março. Mesmo aqueles que conseguiram melhorar seus resultados tiveram uma realidade abaixo das expectativas: a média esperada de 71,4% no aumento se concretizou em apenas 31,2% das empresas.

"O cenário econômico adverso está influenciando negativamente não só o varejo, mas praticamente todos os setores da economia. A expectativa dos lojistas está deteriorada em função do mercado de trabalho desacelerado e a queda do poder de compra do consumidor causada pelo aumento da inflação e redução do crédito", afirmou o analista de economia da Fecomércio Minas Guilherme Almeida.

Mesmo os empresários que conseguiram alavancar as vendas em março, o resultado foi 40 pontos percentuais abaixo do que eles almejavam. Entre os segmentos que mais faturaram em março destacam-se o de vestuário (4,8%), produtos farmacêuticos (3,7%) e hipermercados e supermercados (3,5%).


Estoques - Em relação aos estoques, 59,3% dos varejistas ouvidos alegam ter fechado o mês de março no ponto ideal. "isso aconteceu não porque eles venderam bastante, mas porque compraram menos quantidade de produtos do que o usual para o período", explicou o economista. Mesmo assim, 26,35% dos empresários afirmaram que fecharam os estoques acima do esperado.

Por outro lado, para este mês a expectativa é melhora, com as liquidações sendo reforçadas para atrair os consumidores: 58,9% vão realizar promoções para tentar girar os estoques. Segundo Almeida, as liquidações são uma boa estratégia, mas é importante também aliar preço e qualidade, pois os consumidores estão com o poder de compra reduzido e, conseqüentemente, mais exigentes.

Conforme a Fecomércio Minas, a competição acirrada, que caracteriza o comércio varejista, tem exigido uma postura agressiva na definição da política de preços e promoções. "Vale muito a criatividade para conquistar o consumidor", disse.

Em março, 70,1% das vendas a prazo, em Belo Horizonte, foram feitas por meio de cartão de crédito. Entre os entrevistados, 96,9% aceitam o pagamento eletrônico, mas apenas 9,8% trabalham com cartão próprio (private label). Na opinião de muitos empresários ouvidos na pesquisa, o fato de não aceitarem cartões limita o fluxo de negócios da empresa, comprometendo a imagem do estabelecimento junto aos clientes.

Apesar do cenário delicado para o comércio de Belo Horizonte, o emprego não deve ser afetado em curto prazo: 91% dos empresários pretendem manter a equipe de funcionários e 3,8% esperam contratar. Apenas 5,2% afirmaram que podem reduzir o quadro de contratados.

"Mas não podemos fazer uma previsão para longo prazo, já que a recessão econômica deve influenciar o resultado do ano.  provável que os resultados do comércio varejista sejam impactados neste ano", completou Almeida.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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