Balança comercial tem déficit de US$ 136 milhões

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A seca e o aumento da carga tributária contribuíram para o mau desempenho das exportações do Estado

 


Mesmo apresentando uma leve recuperação nas exportações na comparação com o mês anterior, o Ceará fechou março com déficit de US$ 136,78 milhões na balança comercial, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). Registrando uma linha decrescente no volume das exportações durante o primeiro trimestre de 2015, o comércio exterior do Estado já demonstra sinais de que não vai atingir o patamar alcançado no ano passado.

Na comparação com fevereiro, as exportações de março cresceram 5,24%, fechando em US$ 78,3 milhões. Esse valor, entretanto, é 16,2% menor do que o total exportado em igual mês do ano passado, quando o Estado enviou US$ 93,5 milhões em produtos para o exterior. Do total exportado pelo Brasil, o Ceará foi responsável, no último mês, por apenas 0,46%.

Para o superintendente do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Eduardo Bezerra, essa queda nas exportações, que já acumula 21% no trimestre, revela um cenário preocupante.

"Quando o sistema cearense exportador consegue vender US$ 100 milhões por mês, significa que está tendo uma utilização razoavelmente aceitável da capacidade instalada e os empregos gerados por essas empresas estão garantidos. Mas, se a produção e a exportação ficam muito abaixo desse valor, como é o caso do Estado, isso é terrivelmente mal", alerta.

Estiagem e câmbio


Dentre os motivos que contribuíram para esta situação, o superintendente do CIN destaca a situação hídrica do Estado, que está prejudicando a produção e, consequentemente, a exportação de frutas. "Outra coisa é a carga tributária do Brasil. Enquanto o dólar sobe, o governo entra com carga tributária maior. Então, o efeito favorável do câmbio é anulado", explica.

Com a previsão de que esse resultado se repita nos próximos meses, Bezerra afirma que o teto das exportações cearenses, em 2015, não deverá chegar nem próximo do total alcançado no ano passado.

Importação de estruturas


As importações do Ceará, em março, cresceram consideravelmente: foram US$ 215 milhões importados, representando uma alta de 44,5% em relação a fevereiro. Na comparação com março de 2014, quando o Estado comprou US$ 152 milhões, o crescimento do índice deste ano é de 41,3%.

Apesar de crescerem em ritmo acelerado, as importações cearenses não preocupam, segundo Bezerra, por se tratarem, em sua maioria, de investimentos como a estrutura da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) e os parques industriais.

Compra e venda

Os itens mais exportados pelo Ceará no mês de março foram couros e peles (US$ 13,6 milhões), calçados de borracha ou plástico (US$ 8,31 milhões) e ceras vegetais (US$ 6,36 milhões). Já o gás natural liquefeito (US$ 32,3 milhões), a hulha betuminosa (US$ 25,7 milhões) e trigos e misturas com centeio (US$ 13,8 milhões) lideraram as importações.

Estados Unidos, Hungria, Itália e China foram os países que mais compraram do Ceará. Os principais fornecedores para o Estado foram China, Trinidad e Tobago, Colômbia e Argentina.



Veículo: Diário do Nordeste


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