Governo prevê retração econômica e aumento da inflação

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Atividade da economia deve contrair 0,9% e inflação encerrar em 8,2% até o final do ano

 



A equipe econômica do governo Dilma Rousseff, assim como várias instituições financeiras e organismos internacionais, revisou para baixo a estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2015. Segundo o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), enviado nesta quarta-feira ao Congresso, o governo prevê contração de 0,9% da atividade econômica neste ano. Além disso, a inflação deve bater 8,2%. A meta era de 6,5%.

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Embora os números sejam divulgados pelo Ministério do Planejamento, as estimativas são de autoria da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda. Para 2016, a proposta da LDO prevê crescimento de 1,3%. O ministro Joaquim Levy tinha informado que as projeções da equipe econômica haviam incorporado as estimativas do mercado financeiro.

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Os números estão próximos às previsões das instituições financeiras. Segundo a última edição do Boletim Focus, pesquisa semanal com economistas de mercado divulgada pelo Banco Central, as instituições estimam retração de 1,01% do PIB em 2015 e crescimento de 1% em 2016.

Inflação acima da meta


A proposta da LDO também atualizou as estimativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado como inflação oficial. O Ministério da Fazenda prevê que o índice encerrará 2015 em 8,2%, acima do teto da meta, de 6,5%. Para 2016, a equipe econômica projeta IPCA de 5,6%. A última edição do Boletim Focus prevê inflação de 8,13% neste ano e de 5,6% em 2016.

Em relação ao superávit primário (economia de recursos para pagar os juros da dívida pública), o projeto da LDO manteve as previsões de esforço fiscal de 1,2% do PIB em 2015 e de 2% em 2016. No próximo ano, o superávit somará R$ 126,73 bilhões, dos quais R$ 104,55 bilhões correspondem à União e R$ 22,18 bilhões aos estados e municípios.

Salário 8,37% maior

O salário mínimo no próximo ano deve ser de R$ 854, valor que também consta do projeto da LDO. Pela proposta, ele terá aumento de 8,37% a partir de 1º de janeiro. O Ministério do Planejamento, responsável pela elaboração da LDO, ainda não explicou como foi calculado o reajuste.

Desde 2011, o salário mínimo é reajustado pela inflação do ano anterior, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) mais a variação do PIB. A fórmula, no entanto, só vale até este ano.  O governo, até hoje, não enviou projeto de lei fixando o cálculo dos reajustes do mínimo de 2016 a 2020. Sem uma nova lei sobre o tema, o salário mínimo passa a ser definido exclusivamente pela LDO e pelo Orçamento Geral da União, mas os valores precisam ser negociados com o Congresso Nacional ano a ano.



Veículo: Diário Catarinense


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