Apesar do sucesso e do clima favorável, no Brasil as pessoas ainda tomam menos sorvete que nos outros países do mundo. "O consumo triplica nos meses de verão, o que colocaria o Brasil na frente de países da Europa, se a média fosse mantida. Tomar sorvete somente no verão é um hábito dos brasileiros", comenta Rodrigo Mauad, diretor comercial da marca Oggi. Mas esse cenário caminha para uma lenta mudança, apesar dos entraves econômicos.
O segmento, que viveu uma fase de constante expansão - entre 2003 e 2012 houve aumento de 76,5% na quantidade vendida, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias e do setor de Sorvetes (ABIS) - vem registrando queda nas pesquisas mais recentes. Em volume, o recuo foi de, 2,6% em 2012 e, no primeiro semestre de 2013, de 7,2%, segundo dados da Consultoria Nielsen.
O primeiro fator que explica isso é a alta da média de preços dos sorvetes. Entre janeiro e novembro de 2012 o preço subiu 12,68%, de acordo com o IBGE, enquanto a inflação subiu 5,01%. Em 2011, quando o IPCA teve alta de 6,5%, os sorvetes subiram 16,41%.
À alta nos preços, soma-se uma mudança na maneira que o brasileiro escolhe gastar seu dinheiro. Um exemplo disso é redução das taxas de inadimplência - na comparação entre 2011 e 2012 houve um aumento de 12,18%, já entre 2012 e o ano passado, o aumento foi de apenas 2,33%, segundo dados do Serviço de Proteção ao Crédito. "Os sorvetes passam a disputar o bolso do brasileiro com outros novos gastos, como automóveis, celular, entre outros", afirma Marden Soares, consultor da Nielsen.
Veículo: Valor Econômico