O desaquecimento da economia interferiu nos negócios das empresas do polo de meias de Juiz de Fora, na Zona da Mata, contribuindo para que houvesse recuo nas vendas no primeiro trimestre frente ao mesmo intervalo do exercício passado. A queda nessa base de comparação chega até 35%. Entretanto, de acordo com representantes das empresas ouvidas pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO, abril está sinalizando melhoria no cenário.
O gerente-proprietário da Indústria de Meias Netfios, Luiz Antônio Neves, disse que a retração na comercialização da empresa, que está há nove anos no mercado, deve ter variado entre 25% e 30% nos três primeiros meses deste ano contra igual período de 2008. "O recuo está relacionado à desaceleração da atividade econômica", disse.
De acordo com ele, é por volta de abril que as vendas normalmente começam a aquecer, com a aproximação do inverno. "O que já está acontecendo, porém não é nada tão expressivo. O Dia dos Pais também ajuda a incrementar os negócios", frisou.
Mesmo com a crise, que fez com que várias empresas cortassem postos de trabalho no Estado, a empresa manteve o seu quadro de 38 pessoas intacto. "Agora, eu não sei até quando", alertou.
No ano passado, a Netfios apresentou incremento no faturamento de 25% frente 2007. Para este ano, o empresário estima expansão nas vendas na casa dos 10%. "Em 2008 não sentimos a crise, que começou a ser verificada em janeiro deste ano pela empresa", ressaltou.
Concorrência - No que se refere à concorrência com os produtos chineses, o empresário afirmou que o pior já passou. "Há alguns anos eles incomodavam mais, mas desde o ano passado a disputa de mercado já não é mais tão acirrada", disse.
Outra indústria do polo que apresentou resultado negativo no acumulado do ano até março na comparação com o mesmo período do ano anterior foi a Mult Brasil Indústria e Comércio de Meias. Segundo o superintendente-administrativo da empresa, Rafael Silva Miranda, a queda ficou na casa dos 20%.
Apesar da desaceleração das economia ter influenciado negativamente nos negócios da empresa nos três primeiros meses do ano, as vagas não sofreram redução. A Mult Brasil, que está no mercado há três anos e meio, conta atualmente com o trabalho de 13 pessoas. "A expectativa é que haja melhoria no ritmo de vendas com a aproximação do inverno", disse.
Na Barros 2006 Meias e Malhas, o cenário não foi muito diferente das outras empresas do setor, já que também foi verificada queda na comercialização no primeiro trimestre frente o mesmo período do ano passado, porém mum patamar ainda mais expressivo, na casa dos 35%, de acordo com o sócio da empresa, Demétrio Conceição de Araújo Barros. "O nosso desempenho se deve à crise", frisou.
Diante do desempenho negativos do acumulado dos três primeiros meses do ano, o empresário aposta em queda nas vendas neste ano da ordem de 10% frente 2008. Em todo o ano passado, a comercialização computou aumento entre 20% e 25% fente 2007.
Veículo: Diário do Comércio - MG