Nestlé Brasil amplia vendas e destoa do balanço mundial

Leia em 2min 40s

Destoando dos resultados mundiais, a Nestlé Brasil não teve redução de vendas em nenhuma de suas linhas, segundo o presidente da multinacional suíça no país, Ivan Fábio Zurita. "Não tivemos retração alguma. Houve, ao contrário, até crescimento", disse ele, sem revelar cifras. Internacionalmente, as vendas do primeiro trimestre caíram para US$ 21,5 bilhões, ou 2,1% em relação aos US$ 22 bilhões registrados nos três primeiros meses de 2008, conforme divulgou a companhia ontem, em Zurique.
"Não há como fazer projeções para os próximos meses ou sequer semanas. Cada semana é uma semana e cada dia é um dia. A crise nos coloca em xeque permanentemente", afirmou Zurita.

 

As turbulências econômicas, segundo ele, mudaram o perfil do consumidor, que agora vai às compras querendo economizar. "Há um trauma de consumo", disse o presidente. "É claro que as marcas de prestígio têm um bom diferencial competitivo nesse momento", disse ele em relação à maior procura por produtos mais baratos e de marcas próprias, em detrimento às marcas líderes. "Mas só isso não basta. Para vender, tem que ter preço", explicou.

 

Zurita lembrou que a Nestlé Brasil iniciou no últimos meses de 2008 um trabalho de renegociação com seus 44 mil fornecedores para conseguir melhores preços de matérias-primas e consequente redução de custos. O fato de a Nestlé ter iniciado no final do ano passado uma operação de crédito combinado com bancos para ajudar pequenos e médios fornecedores com problemas de liquidez pesou na hora de negociar preços. A companhia passou a descontar duplicatas dessas empresas com os bancos, assumindo a posição de avalista desses fornecedores juntos às instituições financeiras. Com o peso da Nestlé, os bancos puderam cobrar juros menores. "A Nestlé tem saúde financeira para isso e essa operação tem sido um grande sucesso. Não tivemos até agora nenhum tipo de problema de crédito ou de caixa. Nosso negócio não é ganhar dinheiro com dinheiro. É vender alimentos", afirmou Zurita.

 

Para este ano, ele espera que a empresa cresça 4% em faturamento. "Nossa meta é sempre crescer dois pontos percentuais acima do PIB do país. Estamos trabalhando com uma previsão de 2%", disse o executivo.

 

Em 2008, a meta, segundo ele, foi cumprida. A Nestlé Brasil ainda não divulgou o número exato das vendas do ano passado, mas sinalizou que o valor consolidado deve ficar entre R$ 13 bilhões e R$ 15 bilhões. Em 2007, o faturamento foi de R$ 12 bilhões.

 

Mundialmente, a região com melhores resultado apresentados no primeiro trimestre do ano foi a Zona Américas, que inclui tanto os países do norte quantos os do sul do continente. Nessa área, que inclui o Brasil e também os Estados Unidos, as vendas dos primeiros três meses do ano somaram US$ 6,4 bilhões, registrando alta real de 2% em relação ao mesmo período de 2008, quando o faturamento foi de US$ 6,07 bilhões. Na América Latina, segundo o relatório de resultados, houve crescimento nos negócios de aproximadamente 5%. Na Europa as vendas tiveram retração de 1,3%.

 

Veículo: Valor Econômico


Veja também

Sansung lança TV com tecnologia LED no Brasil

A Samsung será a primeira marca a vender no Brasil televisores com a tecnologia LED, considerada a sucessora do L...

Veja mais
Alliance Boots desiste de fatia na Athos Farma

A Alliance Boots, uma das grandes redes de distribuição e de varejo de medicamentos da Europa, desistiu of...

Veja mais
Casino vende menos

O faturamento da rede francesa Casino, cocontroladora do Pão de Açucar, no primeiro trimestre somou €...

Veja mais
Carga congelada cresce 18,55% em Paranaguá

O movimento de cargas conteinerizadas aumentou 5,2% em 2008 no Terminal de Contêineres do porto paranaense de Para...

Veja mais
Acesso difícil reduz benefícios do Rodoanel

As chuvas freqüentemente trazem consigo o caos para a cidade de São Paulo. Como se não bastasse o tr&...

Veja mais
Receita da Nestlé cai no trimestre

As vendas da Nestlé caíram pelo segundo trimestre consecutivo, contrariando as expectativas, pelo fato de ...

Veja mais
Mais eficientes, redes registram venda recorde

No ano que ficou marcado pela crise financeira mundial, o setor de autosserviço brasileiro registrou o seu maior ...

Veja mais
Conselhos devem ser avaliados com rigor

A imagem dos conselhos administrativos - justamente cobrados sobre decisões equivocadas tomadas pelos executivos ...

Veja mais
General Mills deixa de fabricar Frescarini e Forno de Minas

A companhia norte-americana General Mills anunciou na sexta-feira a reestruturação das operaç&otild...

Veja mais