Melhoria da produção de tangerina é debatida em seminário

Leia em 3min 50s

Promover o cultivo e o aprimoramento técnico no semiárido baiano é o principal objetivo do I Seminário Estadual de Tangerina Ponkan, que acontece nesta quinta-feira, dia 19, no campus do Instituto Federal Baiano (IF Baiano)  de Bom Jesus da Lapa, a 796 km de Salvador

 

 



Segundo o professor Abel Rebouças São José, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb),  a Bahia é o segundo produtor de citros do Brasil e pode ser um grande produtor de ponkan, especialmente na entressafra. O evento é um curso de extensão da Uesb, onde a citricultura (incluindo o cultivo da tangerina ponkan) é ministrada nos cursos de graduação e pós-graduação (mestrado e doutorado).

O pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura (em Cruz das Almas), Eduardo Augusto Girardi, que vai proferir palestras no seminário, explica que a safra principal da tangerina ponkan acontece entre maio e junho. Nos demais meses, a sua oferta é bastante restrita, diz.

"Bom Jesus da Lapa e região vêm ampliando o cultivo da ponkan por produzirem na entressafra, sendo a colheita agora em março. Por isso, o evento. Eles podem se tornar um novo polo", prevê o pesquisador que abordará aspectos de manejo e variedades copa e porta-enxerto de tangerinas.

Também proferem palestras representantes da Sociedade Brasileira de Fruticultura (SBF), Viveiro Tamafe e da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp). Aberto a estudantes, produtores e pesquisadores, o seminário inclui uma visita técnica a um pomar de ponkan do Tamafe, o primeiro telado de citros da Bahia.

Produção


Engenheiro agrônomo e doutor em fitotecnia, Eduardo Girardi trabalha com citros há 16 anos. Ele diz que  a produtividade média de tangerina na Bahia em 2013 foi de 16.211 toneladas por hectare, contra 14 mil toneladas em 2012, segundo o IBGE. "Mas esse número pode ser ampliado pelo manejo adequado", avalia.

Engenheiro agrônomo, com mestrado e doutorado em produção vegetal, Abel Rebouças é otimista em relação ao semiárido, onde, acredita, sob condições de irrigação e manejo adequado, a produção fora de época resultará em maior rentabilidade e maior oferta ao consumidor ao longo do ano.

Características


Rebouças, que também faz palestra, ensina que, nas condições do semiárido, através de indução da floração, é possível obter colheita já a partir  de dezembro.  "A tangerineira ponkan pode ser consorciada com culturas de ciclo curto a médio, como mamão, maracujá e outras culturas anuais, visando reduzir os custos de formação da ponkan nos primeiros dois anos.  A partir do terceiro ano, deverão ser evitados os cultivos intercalares, para evitar a concorrência com luz, água e nutrientes", explica.

Mas, além dos benefícios, é preciso estar atento aos riscos, diz Girardi. "Vou mostrar  os resultados de nossos experimentos na região  (do seminário), bem como dar um alerta geral sobre o huanglongbing (HLB), a mais severa doença dos citros, e outras pragas".

Fruta recebe diferentes denominações regionais

A tangerina ponkan, uma fruta cítrica de cor alaranjada e sabor adocicado, também é conhecida como laranja-mimosa, mandarina, fuxiqueira, laranja-cravo, mimosa, vergamota, clementina, bergamota ou mexerica.

As denominações regionais no Brasil são inúmeras e causam muita confusão: bergamota ou vergamota são as denominações dadas à tangerina na região Sul do Brasil, principalmente no Rio Grande do Sul.

Mexerica é um termo mais comum nas regiões Centro-Oeste e Sudeste do Brasil, especialmente em Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Nestes estados faz-se distinção da mexerica (Citrus reticulata), com a tangerina ou tangerina-verdadeira (Citrus tangerine), da mesma forma que a língua inglesa (onde a mexerica é uma mandarin orange, e uma tangerina é uma tangerine).

Em alguns estados da região Nordeste é conhecida como laranja-cravo. Nos estados do Piauí e Maranhão, é conhecida também como tanja, uma redução para tangerina.

Em alguns poucos lugares, como em Curitiba e no litoral paranaense, principalmente em Paranaguá, é chamada de mimosa.
No Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, qualquer qualidade de tangerina é chamada poncã.

Em Goiás e em São Paulo, a fruta é popularmente conhecida por mexerica. Ponkan ou poncã é usado para denominar  uma das variedades comerciais e de casca macia e solta dos gomos.

Nutrição

Seu nome científico é Citrus reticulata e, ao que tudo indica, se originou de uma antiga espécie selvagem, nativa da Índia, China e países vizinhos, de clima subtropical e tropical úmido.

Seu suco na forma de concentrado é exportado. Além da  vitamina C, é uma excelente fonte de potássio, essencial para formação do sangue e dos músculos e é rica em betacaroteno.

A membrana branca que a recobre contém grande quantidade de fibras e ajuda a combater o colesterol.




Veículo: A Tarde - BA


Veja também

Soja, milho e minério de ferro puxam IGP-10 de março para o alto

A inflação atacadista acelerou em março, influenciada principalmente pelo encarecimento da soja e d...

Veja mais
Inmetro vai fiscalizar vendas de ovos de Páscoa com brinquedos

Os estabelecimentos que colocam à venda produtos que não tragam obrigatoriamente informações...

Veja mais
Pão nosso de cada dia também ficará mais caro este mês

Com a alta da moeda norte-americana, trigo ficará mais caro e o pão careca também   O pre&cc...

Veja mais
Páscoa não anima lojista de Belo Horizonte

Cenário econômico adverso já atinge a confiança do empresário do comércio, que ...

Veja mais
Promoções do varejo ajudaram vendas a subir em janeiro, diz o IBGE

Após um Natal fraco, as promoções para desencalhar os estoques favoreceram as vendas no varejo no m...

Veja mais
Empresas apostam em lançamentos e novos mercados para crescer no ano

Fabricantes de cosméticos esperam elevar as vendas em 2015 mesmo com o acirramento da concorrência, repasse...

Veja mais
Cargill amplia portfólio com chocolate com selo sustentável

Veículo: Valor Econômico  ...

Veja mais
Paçoquita Cremosa e Forno de Minas fazem parceria sugestiva para o consumidor

A Santa Helena, fabricante da Paçoquita Cremosa, e a Forno de Minas, que inovou no mercado com a produç&at...

Veja mais
Superávit inusitado na balança do trigo

...

Veja mais