Batata é nova vilã da cesta básica em Porto Alegre

Leia em 2min 30s

Em Porto Alegre, segundo o levantamento do Dieese, o quilo do produto subiu 42,38% entre outubro e novembro

 

 



O custo da cesta básica, medido pelo Dieese, registrou a terceira alta consecutiva em novembro, segundo dados divulgados pela entidade na manhã de ontem. Com variação de 0,58%, o preço passou dos R$ 340,63, em outubro, para R$ 342,62, no mês passado. A alta, no entanto, foi menor do que a dos meses anteriores e sinaliza para um período de estabilidade nos preços, destaca a economista do Dieese, Daniela Baréa Sandi.

“Este período, entre o final e o início do ano, não é de elevação expressiva, por conta da maior oferta em razão do clima e de muitos produtos entrarem no período de safra”, sustenta. A economista salienta que esse é o comportamento verificado nos anos anteriores e que deve ser mantido, a menos que a seca no Sudeste permaneça e afete a oferta. A batata é um produto que exemplifica os efeitos da estiagem. Na Capital, o quilo da batata que em outubro era comercializado a R$ 1,51 chegou a R$ 2,15 em novembro – uma alta de 42,38%.

Daniela explica que parte da restrição da oferta pode ser justificada pela seca, que afetou o plantio do tubérculo e que gerou altas em todas as capitais pesquisadas – a maior delas em Brasília (82,68%). Apesar da forte elevação do mês passado, no acumulado do ano o preço da batata registra queda de 18,87% em Porto Alegre. Daniela prevê que neste mês a variação seja menos acentuada, com tendência de acomodação dos preços nos próximos meses – que coincidem com o período de chuvas da região Sudeste.

Na cesta básica do porto-alegrense, outro produto que vem registrando sucessivas altas é a carne bovina, cujo preço do quilo subiu 2,46% em novembro, passando de R$ 19,91 para R$ 20,40. No acumulado do ano, a elevação é ainda mais expressiva: 12,95% (e 16,11% nos últimos 12 meses). Daniela explica que a baixa oferta de carne justifica a elevação dos preços. Um dos fatores que influenciam nesse cenário é o aumento das exportações, impactando na disponibilidade do produto no mercado interno. Outra razão é a saída de pecuaristas desse segmento para atividades com menor custo de produção, como a plantação de soja.

Desde janeiro, a cesta básica registrou alta de 4,08% em Porto Alegre, puxada pela carne, mas também pela banana (7,76%), café (6,14%), arroz (5,07%), pão (3,80%) e manteiga (1,97%). Apesar da elevação no acumulado do ano, a alta ainda fica abaixo dos índices de inflação – até novembro, o IPCA aumentou 5,58%. O valor da cesta básica porto-alegrense corresponde a 51,44% do salário-mínimo líquido.

De acordo com o Dieese, o salário-mínimo necessário para suprir as despesas do trabalhador levando em conta o atendimento das prerrogativas constitucionais (alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência) deveria ser de R$ 2.923,22 (4,04 vezes o mínimo em vigor, de R$ 724,00).



Veículo: Jornal do Comércio - RS


Veja também

Imposto fica como está, diz Abihpec

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosmétic...

Veja mais
Desemprego fica estagnado em 6,8%, diz o IBGE

A taxa de desemprego no país ficou estagnada em 6,8% na passagem do segundo para o terceiro trimestre deste ano, ...

Veja mais
"Região do Queijo da Canastra" agora é marca

Visando a agregar valor, produtores lançam hoje, em São Roque de Minas, novo diferencial para a iguaria &...

Veja mais
Azeite de oliva, o elixir do Mediterrâneo, vai faltar este ano

O azeite de oliva, uma bênção dos deuses do Mediterrâneo que, segundo cientistas, prolonga a v...

Veja mais
Vendas e produção de bicicletas terão queda de 10% em 2014, prevê Abraciclo

Apesar de ter ganhado espaço no noticiário e nas ruas recentemente com a implantação das cic...

Veja mais
Cesta básica fica mais cara em BH; batata sobe 61,94% em um mês

Alimentos básicos passaram de R$ 307,50 em outubro para R$ 309,56 em novembro   Os preços dos alime...

Veja mais
Cesta básica da Capital acumula alta de 2,6%

Oito dos 12 produtos pesquisados todo mês pelo Dieese tiveram os preços mais caros em Fortaleza em novembro...

Veja mais
Nas compras de Natal, olho na política de troca

Teste do GLOBO verifica que maioria das lojas aceita substituir mercadoria, mesmo sem defeito. Mas prazo varia de 3 a 45...

Veja mais
Lojas conceito viram alternativa para os varejistas que buscam fidelização

Modelo de negócio aparece como solução para a indústria se aproximar do consumidor e redes d...

Veja mais