Cesta básica da Capital acumula alta de 2,6%

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Oito dos 12 produtos pesquisados todo mês pelo Dieese tiveram os preços mais caros em Fortaleza em novembro

 



O fim de ano terá uma cesta básica ainda mais cara para os fortalezenses. No mês de novembro, a população já teve que desembolsar 1,08% a mais para levar esses itens para casa, segundo pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). No acumulado do ano, a elevação dos produtos chega a 2,60% e nos últimos 12 meses, 4,20%.

Em novembro, o trabalhador teve que pagar R$ 280,59 para adquirir a Ração Essencial Mínima (REM), ante R$ 277,60 em outubro último. Na variação mensal, a Capital cearense foi a 9º cidade com maior inflação nos preços destes produtos.

Oito artigos mais caros


A majoração da cesta básica no mês passado foi influenciada pela elevação no custo de oito itens, dentre os 12 que compõem os produtos básicos, com destaque para o tomate, que voltou a ser o maior peso para ao bolso do consumidor, com alta de 8,14%. O açúcar subiu 2,89% e a carne (1,51%) e o arroz (1,22%) acompanharam. "O aumento é justificável porque já era esperado o maior valor dos preços destes produtos", ressaltou o economista do Dieese, Gilvan Farias.

Ele explica que o crescimento da exportação de carne do Brasil, a fase de transição do bezerro, a maior produção de açúcar direcionada para o etanol e a oferta insuficiente de tomate para Fortaleza são alguns fatores que contribuíram para a elevação do valor destas mercadorias.

Para o economista do Dieese, mesmo com aumento de 8,14% na cesta de Fortaleza, o tomate não deve ser considerado um vilão da cesta básica, pois essa variação é comum.

"Quando tiver um acréscimo de 33% ou mais, aí sim ele é um vilão", ressalta Farias.

Menor preço


Os produtos que sofreram maior redução na comparação anual foram a farinha (-36,97%), o feijão (-22,74%) e o Óleo (-3,26%). Observando as variações semestral e anual da cesta básica em Fortaleza, verifica-se que foram de -7,72% e 4,2%, respectivamente.

Isto significa que a alimentação básica em novembro de 2014 (R$ 280,59) está mais barata do que em maio de 2014 (R$ 304,06) e mais cara que em novembro de 2013 (R$269,28).

Salário mínimo defasado


O aumento nos preços dos itens da cesta básica fez com que um trabalhador tenha que desembolsar R$ 280,59 para compra estes produtos. Dado que o salário mínimo vigente no País é de R$ 724,00, e corresponde a uma jornada mensal de trabalho de 220 horas, pode-se dizer que o empregado teve que desprender 85 horas e 16 minutos de sua jornada para essa finalidade.

"É um custo exacerbado, que absorve boa parte do salário mínimo do trabalhador", contesta Gilvan Farias.

Conforme cálculos do Dieese, o salário mínimo necessário em novembro deveria ser de R$ 2.923,22, ou seja, 4,04 vezes o piso vigente. O estudo tem base no custo da cesta mais cara, a de São Paulo (R$ 347,96), e leva em consideração a determinação que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.

Alta em 12 cidades do Brasil


No País, houve um aumento dos preços dos produtos em 12, das 18 cidades, onde o Dieesse realiza mensalmente a pesquisa. As maiores altas foram em Brasília (5,86%), Aracaju (3,82%), Goiânia (2,90%) e Campo Grande (2,52%). As reduções ocorreram no Rio de Janeiro (-3,03%), Natal (-2,29%), Florianópolis (-1,86%), Salvador (-0,81%) e João Pessoa (-0,56%).



Veículo: Diário do Nordeste


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