Indústrias estão pessimistas para o Natal

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Com poucas encomendas, segmentos com demanda normalmente aquecida neste período buscam alternativas



O Natal não deverá alavancar a produção das indústrias mineiras neste ano, contrariando a lógica histórica de mercado. Agora, que seria o momento das fábricas estarem trabalhando a todo vapor, o que se vê na prática são máquinas paradas, funcionários demitidos e queda de até 50% no montante fabricado. Em alguns segmentos, o enfoque deixou de ser os tradicionais presentes e passou a ser os brindes corporativos.

Mesmo vistos como boas opções de presentes, cintos e bolsas não terão a produção estimulada pelo período natalino neste ano. Aliás, pelo contrário. "Está tudo parado. Completamente sem encomendas. Nem estamos pensando no Natal mais", afirma o presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Bolsas e Cintos do Estado de Minas Gerais (Sindibolsas-MG), Rogério Lima. Agora, o foco do setor passou a ser os brindes corporativos. E até mesmo essa segunda opção está com uma demanda menor uma vez que as empresas também devem dar menos brindes em função do ano menos rentável.

Até o momento, o segmento já quantifica uma retração de 50% na produção. E diante do atual cenário, as perspectivas são de fechar o ano com uma queda proporcional a essa na comparação com 2013. Como reflexo, as cerca de 300 empresas do setor em Minas Gerais iniciaram um processo de redução da mão de obra.

A mesma situação vive a indústria têxtil que, até o momento, não recebeu as encomendas para o atendimento da demanda natalina. Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias Têxteis de Malhas no Estado de Minas Gerais (Sindmalhas), Flávio Roscoe, até o fim de novembro ainda é possível receber demanda. Mas, quanto mais próximo do Natal, menor será o volume de produção possível. Portanto, já é sabido que esse Natal vai ser mais magro que o do ano passado para o segmento. E o primeiro semestre teve uma queda acumulada de 4%.

Calçados, outro item bastante demandado no fim de ano, também não teve a produção aquecida. Segundo o presidente do Sindicato da Indústria de Calçados do Estado de Minas Gerais (Sindicalçados-MG), Jânio Gomes, a retração deverá ser entre 10% e 15% na comparação com o exercício anterior. "Nós já tivemos uma queda de 15% no primeiro semestre. Agora, a economia está mal do mesmo jeito, então acredito que a tendência é permanecer no mesmo ritmo. E até agora as encomendas do Natal não chegaram", afirma.

Cenário negativo - Em todos os casos as justificativas para o cenário negativo são as mesmas: condições econômicas adversas, redução do consumo interno, dificuldade de concorrência com produtos estrangeiros em decorrência do alto custo Brasil e indefinições trazidas pelas eleições.

A redução da demanda internacional pelos produtos brasileiros também interfere nos resultados desses setores. Primeiro, porque reduzem as exportações. E segundo porque as empresas exportadoras voltam as vendas totalmente para o mercado interno, aumentando a concorrência. Isso sem contar as estrangeiras que também passam a ver o país como uma boa opção de mercado.




Veículo: Diário do Comércio - MG


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