Alamedas de serviço representam 30% dos clientes nos shoppings

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Camila Abud


Conhecidas como galerias comerciais em hipermercados como das redes Extra, Carrefour e Walmart, as áreas que envolvem chaveiros, lotéricas, casas de câmbio, bancas de jornal, restauração de roupas, malas e sapatos ganharam o nome de alamedas de serviço nos centros de compras. Nos shoppings, o espaço já retem o maior vai e vem de clientes, principalmente em horários de baixa frequência de público - manhã e meio da tarde. O perfil de consumidores que busca algum serviço geralmente é o de pessoas interessadas em consertar peças de roupas ou malas, fazer uma cópia de chave ou revelar fotos, por exemplo. Hoje, a alameda de serviço atrai até 30% do fluxo de um shopping e demonstra ser solução criativa ao reter o comprador e fidelizar o público - geralmente de moradores da região.

Antes relegadas aos recônditos dos shoppings, as alas de serviço têm recebido atenção diferenciada nos últimos anos, justamente por envolverem uma condição especial ao empreendimento. O espaço tem ganhado destaque em termos de iluminação, decoração, além da composição do mix de lojistas e sinalização mais aparente. O local tem recebido atenção e demonstra como o perímetro ganhou status relevante nos negócios das administradoras de centros de compras, entre elas a Sonae Sierra, Multiplan, BrMalls, Iguatemi, General Shopping e Tenco Realty, entre outras.

Aos empreendedores, a alameda de serviço chega como opção de investimento interessante, principalmente ao pequeno e médio empresário: a área menor demanda um custo de aluguel menos pesado, lembra o diretor de Relações Institucionais da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), Luis Augusto Ildefonso da Silva.

Para ele, realmente o cidadão que vai ao shopping se sente atraído pela oferta de vários serviços e isso atrai um número maior de clientes fixos. "Pelo último censo que fizemos, em dezembro de 2013, dos quase 500 shoppings tradicionais no Brasil, seguramente 85% já estão equipados com alamedas de serviços. Já de algum tempo os shoppings viram extrema necessidade de disponibilizar para os consumidores todos os tipos de serviços, como fazer barra de roupas, consertar eletrodomésticos, eletroeletrônicos, Ipads ou microcomputadores. Isso traz o cliente com mais frequência ao shopping. Ele pode sair de casa justamente para consertar ou renovar alguma coisa", ressaltou o executivo.

Ainda conforme Ildefonso, as alamedas ajudam outras lojas em áreas distintas dos empreendimentos. "O cliente vai consertar algo, mas tem sempre o desejo de consumir outra coisa. Isso então faz com que as lojas possam ter uma venda mais acelerada".

Mercado capixaba

No dia 22 de agosto, o Shopping Vila Velha vai abrir as portas. Com cerca de R$ 600 milhões de investimentos, o empreendimento é considerado o maior do Espírito Santo e terá mais de 70 mil metros quadrados de Área Bruta Locável (ABL) iniciais - das quais boa parte para uma alameda de serviço, conforme adiantou ao DCI o gerente de Marketing do Shopping Vila Velha, Bruno Saliba


Segundo o executivo, o centro de compras terá uma gama de oferta de serviços expressiva. Haverá academia, alguns bancos (entre agências e caixas eletrônicos), casa de câmbio, chaveiro, serviço de trocas de molduras, lotérica, empresa de empréstimos pessoais e copiadora digital. Será uma galeria específica para esses atendimentos, mas também terá um centro de laboratório de diagnósticos no local, disse ele.

"Hoje em dia, as pessoas procuram o shopping para resolver a vida, para comprar e almoçar, para ir ao cinema ou resolver problemas bancários como pagar alguma conta. Também costumam ir à academia. E a ideia é essa, oferecer comodidade, para que o consumidor possa fazer tudo em um só lugar", ressaltou Saliba.

O gerente comentou que em Vila Velha existem shoppings menores e que atendem a demanda de bairro, mas o novo shopping virá para assumir um caráter dominante na região. "Queremos atender toda a Grande Vitória".

A respeito da alameda de serviço, ele destacou que a proposta é fomentar o fluxo de consumidores, principalmente em momentos mais fracos de movimento durante a semana. "Acho que essas áreas de alamedas são importantes em determinados momentos, como pela manhã e à tarde, para manter um fluxo no shopping. Creio que o espaço deve impulsionar em torno de 30% em termos de fluxo de clientes".

O novo centro de compras é resultado de uma parceria entre o Grupo Incospal, a Littig e a BrMalls . São 223 lojas-satélite, 24 âncoras e megalojas, praça de alimentação com 30 operações, gourmet center com seis restaurantes, cinema multiplex com oito salas, game center, um hipermercado e estacionamento coberto com 4 mil vagas.


Veículo: DCI


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