Eletros discute delicado cenário das fabricantes de linha branca com governo

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Bruna Kfouri


SÃO PAULO - O presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), Lourival Kiçula, e um grupo de executivos de empresas associadas à entidade, tiveram uma reunião, nesta segunda-feira (11), na capital paulista, com o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Marcio Holland de Brito, para apresentar os indicadores de vendas do segmento de linha branca (geladeira, fogão, máquina de lavar) no segundo trimestre de deste ano. Entre abril e junho, as vendas desse segmento recuaram 20% na comparação com o primeiro trimestre.

"Na ocasião, ele [Marcio Holland de Brito] questionou o motivo da queda e explicamos que os consumidores haviam optado pela compra de televisores ao invés de itens da linha branca", afirmou Lourival Kiçula, após o término do encontro, em entrevista ao DCI.

Mesmo com a retração verificada no segundo trimestre deste ano, o presidente da Eletros ressaltou que os empresários apostam em um segundo semestre melhor, devido ao tradicional aquecimento do mercado em virtude das compras de fim de ano.

Cenário

Apesar do otimismo sustentado por Kiçula, a situação vivida pela indústria de linha branca é complicada. Ao longo deste ano, gigantes como Electrolux e Whirlpool têm tentado adequar sua produção a demanda brasileira - bem menor em comparação com anos anteriores. Em junho, durante a Copa do Mundo, as fabricantes concederam férias coletivas aos funcionários, entre outras ações, para minimizar os impactos do desaquecimento da demanda.

Outro assunto abordado com Holland, segundo o dirigente da Eletros, foi o pedido de recuperação judicial da Mabe e da Latina - em 2013 e 2014 -, após acumularem dívidas de R$ 400 milhões e R$ 50 milhões, respectivamente. "Conversamos sobre a situação da Mabe e da Latina", disse Kiçula. "Existem várias razões que podem ter levado ambas até essa situação, como uma perda na margem ou no volume", acrescentou.

Em entrevista ao DCI, em julho deste ano, o presidente da Latina, Valdemir Dantas, afirmou que entre os fatores responsáveis pela crise da companhia estava o descasamento entre o custo de produção e o preço de seus produtos no mercado - com o aumento do primeiro e a estabilidade do segundo - além do avanço da concorrência com importados e do declínio das compras por parte dos varejistas, o que afetou o faturamento da Latina.



Veículo: DCI


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