Copa será oportunidade para vender cachaça

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Produtores da bebida querem ampliar as exportações, que hoje representam apenas 1,3% da produção brasileira


Dos mais de 800 milhões de litros de cachaça produzidos anualmente no Brasil, apenas 1,3% é exportado. É muito pouco para os olhos dos produtores e fabricantes de cachaça no país, principalmente por saberem que a bebida brasileira é adorada pelos estrangeiros. No ano da Copa do mundo de futebol em solo brasileiro, a estratégia está montada: com o país cheio de turistas do exterior, o plano é apresentar o melhor da nossa bebida e reverter o quadro de exportação. No comparativo, é tornar a cachaça para o Brasil como o que os mexicanos conseguiram fazer com a tequila, uma marca registrada do lugar.

A diretora executiva da associação de produtores de aguardente de Pernambuco (APAR) e presidente da câmara setorial para discutir as necessidades do setor, Margareth Rezende, reforça o entusiasmo que o estratégico ano de 2014 será para o setor com a realização da Copa. "Estamos avançando em todos os campos para que o gosto dos estrangeiros pela bebida seja validado em crescimento de negócios, além de estender o apreço pela bebida para os brasileiros, ainda resistentes ao nosso destilado", destaca.

   
"Turistas desconhecem história da cachaça", diz Maria das Vitórias. Foto: Pitu/divulgação
A lista de ações para disseminar a cultura da cachaça inclui treinamento junto aos estabelecimentos comerciais (bares, restaurantes), oferecendo passo a passo de como produzir a legítima caipirinha ou treinamento de como harmonizar a bebida com os alimentos. "Vale lembrar que fortalecemos sempre o consumo responsável da cachaça, principalmente por um trânsito seguro", destaca. "O movimento também considera a valorização da cultura, apresentando a história da bebida no Brasil", complementa.

O projeto Copa Cachaça é parceria entre a APAR, Sebrae e Agência para o Desenvolvimento de Pernambuco (AD Diper). Ele foi testado na copa das confederações e terá continuidade neste ano para o projeto que o setor chama de recomposição de cenário de comercio exterior. "Há uma falta de conhecimento total dos estrangeiros em relação a nossa bebida. Quando eles conhecem a história e como ela evoluiu junto com o país, ficam impressionados. Temos clientes no exterior e estamos sempre visitando as unidades deles para treiná-los em formas de servir, com oficinas de caipirinha, porque eles desconhecem, inclusive, que nossa cachaça é de fato cachaça é não um rum dos quais eles têm de montes por lá", explicou Maria das Vitórias Cavalcanti, diretora de produto e relações internacionais da Pitú.

Estados Unidos e Europa (principalmente Alemanha) têm representado um crescimento forte em todas as cachaças importadas e são o principal mercado da Pitú. "O México também se tornou um grande mercado. Somos líderes no país, inclusive. Ele foi o primeiro mercado externo da Pitú Gold, da nossa linha premium", explicou.


A Cachaçaria Carvalheira é circuito turístico no Recife para apreciadores da bebida. Nayrce Carvalho, gerente comercial da empresa, garante que no fim do circuito, a venda direta da bebida é certa. “Depois de apresentar o processo, a estrutura da produção e receber uma aula de caipirinha, há a degustação da nossa 'caiprinha morena', que é a caipirinha feita com a nossa cachaça Extra Premium. Os turistas estrangeiros ficam apaixonados", destaca. Para o setor, o pleito é que a propaganda internacional tenha mais apoio, já que as formas de divulgação da bebida são reduzidas e não muito explicativas.



Veículo: Diário de Pernambuco


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