Farmacêutica prevê melhor resultado e aguarda Pfizer

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Apesar do ano difícil para a indústria farmacêutica - quando o aumento dos custos dos insumos e o acirramento da competição em preços pressionaram os negócios das empresas -, o laboratório Teuto, de Goiás, conseguiu crescer, ampliar ganhos e segurar as margens em 2013. Se voltou para investimentos na melhoraria da produtividade e no controle de custos. Agora, no caminho de atingir os resultados esperados, prevê o fechamento de um balanço importante em sua história. Os números finais vão definir quanto a empresa deve receber de sua parceira, a multinacional americana Pfizer, se esta exercer a opção de comprar a fatia que ainda não detém das ações do laboratório nacional.

Para o ano completo de 2013, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) preliminar é de R$ 165 milhões. No acordo firmado entre Teuto e Pfizer no fim de 2010 - quando a americana comprou 40% das ações do laboratório nacional - foi definido que a Pfizer teria a opção de compra dos 60% restantes somente no ano de 2014. Em 2015, o Teuto tem a opção de venda. Ou seja, se o laboratório nacional decidir vender sua fatia naquele momento, a Pfizer não tem o direto de negar.

No ano, até novembro, o Ebitda do Teuto somou R$ 151 milhões, saltando de uma base baixa de R$ 58 milhões, registrados pela farmacêutica em 2012.

Os resultados finais do Teuto são esperados pelo mercado porque o múltiplo a ser pago pela fatia restante foi fechado em 14,5 vezes o Ebtida, o que significa que, se o número preliminar se confirmar e a companhia americana definir pela aquisição ainda neste ano, a Pfizer poderá ter que desembolsar R$ 1,4 bilhão pela empresa brasileira.

Os números finais de 2013 serão fechados pelo Teuto em dois a três meses e a KPMG vai acabar a auditoria em abril.

"Este ano foi complicado. Não só pela valorização do dólar, que afeta 70% dos insumos utilizados na produção, mas também pelo mercado supercompetitivo - agressivo em descontos-, principalmente nos genéricos. Mas, administramos isso tentando controlar nossos custos", disse ao Valor Marcelo Henriques, presidente do Teuto. Ele, no entanto, não quis falar sobre as perspectivas da parceria com a Pfizer.

Até novembro, o faturamento líquido do Teuto cresceu 46%, para R$ 526,2 milhões. A relação entre Ebitda e as vendas líquidas da empresa ficou em 29%, voltando próximo ao patamar registrado em 2011, quando marcava 26%. O resultado já é melhor também do que o verificado pelo laboratório em 2012, de 16%.

Para diminuir os custos por produto vendido, o Teuto iniciou em 2012 a compra de novas máquinas e a ampliação de sua capacidade produtiva. A intenção era melhorar a produtividade e aumentar os ganhos de escala.

Com R$ 40 milhões investidos, a fábrica de sólidos em Anápolis (GO) ficou pronta no mês passado. A capacidade foi triplicada para 900 milhões de comprimidos por mês. Com a curva de aprendizagem das máquinas e dos funcionários, Henriques espera que a fábrica esteja produzindo 750 milhões de comprimidos por mês no fim deste ano.

Além disso, o complexo industrial goiano vai ganhar duas novas fábricas de comprimidos até o fim do ano que vem, com capacidade total de 400 milhões de unidades por mês. Cada prédio receberá R$ 80 milhões.

Outra estratégia utilizada para impulsionar os resultados foi a melhor seleção dos produtos que dão maior margem. "Olhávamos mês a mês os preços de mercado do que estávamos produzindo", contou Henriques.

Com parte da expansão feita, para este ano, Henriques espera lançar mais produtos - 129 estão aguardando na Anvisa por aprovação e 30 estão prontos para lançamento. Entre os lançamentos deste ano está o genérico do calmante Celebra, blockbuster da Pfizer, cuja patente acabou de espirar. "Nossa meta, para este ano, é alcançar uma margem de 30%", prevê Henriques.



Veículo: Valor Econômico


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