Redes médias focam parcerias para driblar a concorrência

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Flávia Milhassi - Sara Abdo


O segmento de drogarias no País passa por um processo de crescimento e fusões. Com gigantes internacionais como CVS no cenário nacional, coordenando 80% da Drogaria Onofre, e junção das marcas Droga Raia e Drogasil, além da união entre Drogaria Pacheco e Drogaria São Paulo, o panorama do segmento das drogarias tende a mudar.

Com essa mudança, players de menor porte, têm de se reinventar para sobreviver à concorrência e foi o que aconteceu com a Sare Drogaria. Com apenas uma loja localizada no bairro da Mooca, na zona leste da capital paulista, apostar nas vendas on-line foi a solução encontrada por um dos sócios da farmácia, Gustavo Amorim para lucrar com a operação. "Sou formado em tecnologia e quando começamos a vender pela internet, percebemos um nicho de mercado importante e defasados, os remédios oncológicos que são permitidos ser vendidos pela web", disse Amorim.

"Conseguimos oferecer itens, que normalmente são mais caros, por preços atraentes", explicou o sócio da drogaria. O Anastrozol, por exemplo, utilizado por mulheres durante o tratamento do câncer de mama, é encontrado na internet por cerca de R$ 272. A Sare Drogarias disponibiliza o item por R$ 127, uma diferença de até 40% no valor.

Com essa política a loja virtual da Sare Drogaria passou a ser a fonte de lucro para os seus donos. Hoje, 90% da receita da empresa é formada por vendas on-line, totalizando R$ 4 milhões até novembro de 2013. O número já é 40% maior do que o alcançado em 2012. Para 2014, a expectativa de Amorim é quase dobrar de tamanho sua operação on-line. "A nossa meta é ter um faturamento mensal de R$ 400 a R$ 410 mil mensais. Nos próximos seis meses, pretendemos ampliar essa faturamento mensal para R$ 600 mil", como declarou o executivo.

Outro caso com um perfil similar é o visto nas últimas semanas de 2013, com a Rede Ultrafarma e o laboratório farmacêutico Teuto, que apresentam ao mercado o 'Teuto Online', um site de compras exclusivo com produtos do laboratório. Nele, segundo explicou em nota o diretor de marketing da companhia, Ítalo Melo, "os consumidores encontrarão o portfólio completo do laboratório a preços especiais".

A parte de vendas será realizada pela Ultrafarma, que possui uma atuação de destaque no segmento", complementou o executivo. Ainda segundo o diretor, o Teuto realizará toda a divulgação da plataforma por meio de seus sites oficiais, redes sociais e através de ações de comunicação na internet. Seja por fusões de redes, ações de marcas multinacionais que entraram no cenário ou adesão ao e-commerce, o varejo farmacêutico adaptou-se às novas tendências do mercado. O Cliquefarma, por exemplo, consolidou-se como uma plataforma de consulta de preços em 40 redes de farmácias, através de uma comparação de preços, que gera cerca de R$ 35 milhões por mês de faturamento para o varejo.

Outra estratégia pra prosseguir com o crescimento do varejo farmacêutico no País foi adotada pela rede Brasil Pharma, que inaugurou um Centro de Distribuição no sul do País. A ideia é armazenar 8 milhões de unidades e dar maior eficácia e agilidade à distribuição para a rede Mais Econômica, pertencente à Brasil Pharma, a maior rede de varejo do País em número de loja. "Essa rapidez faz parte da orientação da Brasil Pharma no sentido de fornecer um alto nível de atendimento aos clientes da Mais Econômica", conta Delmar Raguzzoni, gerente de operações da plataforma Sul.

O mercado

No País há um universo de 72,7 mil farmácias e drogarias, que vendem um mix de medicamentos, produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos cada vez mais diversificados. Isso porque nos últimos 10 anos o País passou por algumas mudanças importantes que melhoraram a qualidade de vida dos brasileiros. A criação dos medicamentos genéricos faz parte dessa transformação, e na medida em que a qualidade de vida melhora, o acesso aos medicamentos cresce.

A Região Sudeste é destaque de faturamento e tem sido responsável por cerca de 53,5% do consumo de medicamentos genéricos no País. O Nordeste é o 2º do ranking, com um percentual de 18,35%. O Sul acumula 17,49%, o Centro Oeste 5,92% e o Norte encerra a lista com 4,91%.

Para o diretor executivo da Abradilan (Associação Brasileira dos Distribuidores dos Laboratórios Nacionais), Geraldo Monteiro, o consumo dos mix é maior quanto mais populosa é uma região. Isso explica o fato do Nordeste, até pouco tempo considerada uma região pobre, ter o segundo maior consumo de genéricos do país. A região tem aproximadamente 53 milhões de habitantes, que corresponde a 27,83% da população do País, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).



Veículo: DCI


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