Varejo de rua resiste à força dos shoppings

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Consumidor agora procura preços mais baixos e a proximidade com as residências e os ambientes de trabalho


Andréa Rocha

O aumento do consumo no Brasil, verificado a partir de 2010, sobretudo em 2012, estimulou a abertura de shopping centers não apenas nas capitais, como também nas cidades do interior. Mas embora esses grandes centros estejam atraindo cada vez consumidores, em virtude da comodidade e da segurança, as lojas de rua continuam a garantir o seu lugar ao sol. Entre as vantagens do antigo comércio estão a possibilidade de preços mais baixos e, principalmente, a proximidade com as residências e os ambientes de trabalho.

"A mobilidade é uma condição importante para o consumidor", pontua a economista da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) Ana Paula Bastos, para quem não há risco de os pequenos comerciantes serem engolidos pelos grandes centros de compras.

"Há mercado para todo mundo, mesmo que persista o desaquecimento da economia verificado em 2013", considera, chamando atenção para o resultado da pesquisa realizada pela entidade entre 28 de outubro e 12 de novembro, sobre o local onde o consumidor iria fazer as compras de Natal.

Enquanto houve ligeira queda de 35,62% em 2012 para 34,31% em 2013, em relação à intenção de compras em shopping centers, foi percebido aumento no número de pessoas que preferem consumir perto de casa.

Em 2012, esse público representava 17,41% do total, enquanto no ano passado subiu para 22,38%. A opção pela região central/hipercentro caiu de 17,41% para 12,32%, mas a preferência por pequenos centros comerciais aumentou de 9,5% para 11,14%. A região da Savassi ganhou maior preferência, passando de 7,92% para 9,97% no mesmo período.

Internet - No ano passado, a internet respondeu por 5,57% das intenções de compras, superando o resultado de 2012 (3,69%). Os shoppings populares responderam por 2,05% da preferência, caindo em relação ao ano anterior (5,8%). A região do Barro Preto foi apontada por 1,76% dos consumidores, pouco abaixo do apurado em 2012 (2,64%). Somente 0,29% disseram não ter preferência de compras em 2013.

Diante do desaquecimento da economia no ano passado e das incertezas quanto aos rumos do país este ano, Paula acredita que o consumo será de fato mais reduzido, mas será compartilhado por lojas de rua e shopping centers.

Esta é a mesma opinião do economista da Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas) Gabriel Andrade Ivo, que observa crescimento consistente do número de shoppings no país e em Minas, principalmente em cidades-polos e de médio porte como Contagem, Betim, Conselheiro Lafaiete, Uberaba, Uberlândia.

"Os shoppings vão tomar uma fatia dos lojistas de rua, mas não há qualquer risco de comprometer esse varejo tradicional", analisa, lembrando que há diferentes nichos de mercado.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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