Lojistas sentirão mercado mais desafiador nos próximos anos

Leia em 3min 50s

O setor de shopping centers passa por um momento de acomodação após cinco anos de crescimento expressivo. Segundo dados da Associação Brasileira dos Lojistas de Shopping (Alshop), a perspectiva de um número menor de novos empreendimentos para 2014 - de 20 a 25 novos malls frente aos 38 lançados neste ano - aponta novos desafios, tanto para quem investe na construção e administração dos mesmos, quanto aos lojistas.

Segundo o presidente da entidade, Nabil Sahyoun, existe a possibilidade de um ano tão conturbado quanto o de 2013. "Este ano o que salvou o desempenho de vendas e faturamento dos lojistas foram as aberturas de novas lojas impulsionados pela inauguração de novos empreendimentos e na expansão dos já consolidados", disse o especialista.

Os lojistas dos shoppings brasileiros venderam R$ 132,8 bilhões neste ano, impulsionado por mais de 16 mil novos pontos de venda, o que representa aumento de 14,6% de players em atuação no mercado brasileiro. "Neste ano o País passou a contar com 129.900 lojas, e essa distribuição foi a principal responsável pelo crescimento de 2,5% no faturamento desses empresários." Essa é a maior variação desde 2005, período esse em que o índice de novas lojas cresceu apenas 4,39% no Brasil.

O presidente da Alshop fez questão de ressaltar que não há motivos para alarde e o varejo não passar por uma recessão. "Teremos no final de 2017, cerca de 153 shoppings entrando em operação no Brasil. Somados, esses empreendimentos terão investimento de R$ 18 bilhões", explicou Sahyoun. Com isso, os empresários do varejo, sejam eles de grandes redes ou players de pequeno e médio porte, terão à disposição novos 28,9 mil pontos de venda para locação. Outro ponto ressaltado pela entidade é que no meio do caminho, os malls já consolidados podem dar início ao seu processo de expansão e esse número de novos lojistas pode aumentar. "É um momento de acomodação do setor, com o número de novos shoppings e o desempenho de vendas menor devido à conjuntura econômica do País dará maior poder de barganha para o lojista", disse Sahyoun ao explicar que as negociações para locação e demais necessidades para se montar uma operação podem se tornar mais fáceis e menos onerosas por conta do número expressivo de pontos disponíveis no mercado.

Outro ponto ressaltado pela Associação Brasileira dos Lojistas de Shopping Center é que nos próximos anos a tendência é que as inaugurações ocorram longe dos grandes centros, fazendo com que os lojistas se adaptem a algumas novidades. "O Brasil começa a ver a interiorização dos shopping centers. Agora locais que anteriormente não tinha potencial, devido a baixa população, passaram a ser vistos como locais em potencial", disse.

Estudo realizado pela Alshop em parceria com o Ibope identificou que a indústria de shopping centers conta hoje com 866 empreendimentos em operações distribuídas da seguinte forma: 644 são os malls convencionais; 87 temáticos; 49 shoppings de atacado e 86 rotativos. O Sudeste é a região com a maior concentração de empreendimentos que corresponde a 52,54% do mercado, seguido pelo Sul com 19,69%, Nordeste com 16,55%, Centro-Oeste com 8,33% e o Norte com 2,9% de participação.

O potencial das regiões interioranas já foi absorvido por alguns players da indústria de shopping center. Dados da Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce) divulgados neste ano 258 estabelecimentos estarão instalados em cidades que não são capitais - 13 a mais dos que os 245 localizados nas capitais brasileiras.

Ainda segundo dados da Abrasce, no ano anterior (2012), a separação de estabelecimentos distribuídos entre capitais e outros municípios se deu em 51% e 49%, respectivamente; dados estes muito diferentes dos de tempos passados, quando a proporção era de 85% a 15%.

Conforme levantamento feito no começo deste ano pela instituição, isso se modificou radicalmente. Hoje, 43% dos shoppings estão situados em municípios de até 500 mil habitantes. E, 17 deles, estão em lugares com até 100 mil habitantes. O maior exemplo deste movimento de interiorização é a administradora 5R Shopping Centers. Com investimentos de R$ 150 milhões - valor reservado apenas à construção do estabelecimento -, o Praça Americana Shopping Center, do grupo, situado na cidade de Americana (SP), deve ser inaugurado ainda no primeiro semestre de 2015.

A cidade foi escolhida mediante o potencial de consumo da região, que é avaliado através da renda média de R$ 4.246 por mês, dos americanenses. Outra cidade a receber um shopping da empresa é a Alvorada (RS).

O primeiro centro comercial do município deve ser inaugurado no segundo semestre de 2014, mediante aportes que chegam a R$ 140 milhões.



Veículo: DCI


Veja também

Produção em Minas Gerais cresce 2,66%

Segundo dados da Conab, na safra 2012/13 foram colhidas no Estado 27,6 milhões de sacas de 60 quilos do grã...

Veja mais
Trocas estimulam vendas pós-Natal

Consumo cresce 5% no Estado, e comércio espera faturar mais um pouco até fim do anoPassada a correria das ...

Veja mais
Varejo de eletrônicos prevê 1º semestre de vendas fortes

O varejo de eletrônicos espera ter muito o que comemorar até a Copa do Mundo de 2014. A expectativa de alta...

Veja mais
Varejo têxtil pode ter novo ano difícil

As varejistas de vestuário tiveram um ano de crescimento abaixo das expectativas e ainda esperam dificuldades em ...

Veja mais
JBS faz acordo para compra da Massa Leve por R$ 260 milhões

A brasileira JBS, uma das maiores exportadoras globais de carne bovina, confirmou na última segunda-feira (23), p...

Veja mais
Fiscalização de venda de alimentos é ampliada no verão

A temporada de verão está começando e quem trabalha no ramo alimentício deve redobrar a aten...

Veja mais
JBS compra a Massa Leve para concorrer com a BRF

Empresa paga R$ 260 milhões por produtora de massas frescas e congelados. Companhia, que já detém a...

Veja mais
Estoque em alta faz lojistas anteciparem as promoções

Estoques elevados, especialmente em São Paulo, fizeram com que os lojistas antecipassem o período de promo...

Veja mais
Neste Natal, cresce a preferência por roupas

A exéctativa é que isso evite que consumidores parcelem as compras O aumento dos juros e o aperto no cr&e...

Veja mais