Agco vai ampliar aposta em armazenagem no Brasil

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A multinacional norte-americana Agco, dona das marcas de máquinas e equipamentos agrícolas Massey Ferguson, Valtra e Santal, já vê a necessidade de ampliar sua produção de silos e armazéns no País por meio da GSI, empresa adquirida pela companhia em 2011 para atender ao deficitário mercado nacional.

A capacidade de produção da planta da GSI no Brasil, localizada em Marau (RS), já está sendo totalmente utilizada, o que levará à companhia a realizar um investimento em uma nova fábrica no curto prazo, afirmou o CEO global da Agco, Martin Richenhagen, ao DCI.

Segundo Richenhagen, ainda não há uma definição sobre onde será instalada a nova planta da GSI nem qual deve ser a capacidade produtiva da nova fábrica, mas afirmou que "a preferência será por um lugar próximo dos grandes centros produtores". O executivo destacou também a necessidade de instalar a planta em um local com mão de obra treinada e especializada.

"Temos uma boa perspectiva para os próximos anos, safras recordes, grande déficit de capacidade de armazenagem e novas linhas de credito para o financiamento", afirmou o vice-presidente e gerente geral da Agco América do Sul, André Carioba.

O CEO global da companhia acredita que o Plano Nacional de Armazenagem, que prevê R$ 5 bilhões de financiamento por ano, nos próximos cinco anos, para os agricultores adquirirem silos e armazéns serão o maior impulsionador da demanda. Ele disse que não se preocupa tanto com a falta de projetos para a contratação das linhas de crédito. "Os R$ 5 bilhões serão suficientes", ressaltou.

"Por enquanto não está rolando nenhum centavo, mas o plano foi anunciado pelo governo. As instalações atuais têm espaço para melhorar os processos, mas se realmente esses R$ 5 bilhões se tornarem realidade, precisamos de mais espaço para silos", destacou Carioba.

Atualmente, a GSI tem uma participação entre 25% e 30% do mercado de armazenagem no Brasil, mas o gerente-geral para a América do Sul da Agco afirma que ainda há espaço para crescer no mercado nacional.

"Nosso problema é a deficitária presença de instalações de infraestrutura e logística. Onde o Brasil se autotrava é no escoamento do grão", afirmou Carioba. "O Rio Grande do Sul está em uma situação comparativamente boa, mas Mato Grosso, Goiás e Matopiba [Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia], são estados que têm uma situação precária e sofrem muito na logística", argumentou o executivo.

Além da conjuntura no Brasil de déficit de armazenagem, Richenhagen destacou ainda que a aposta da Agco no segmento faz parte de uma estratégia da multinacional de fornecer a infraestrutura necessária para os produtores rurais de ponta a ponta da cadeia, desde o plantio até a armazenagem.

Segundo o CEO da companhia, 90% do faturamento da companhia advinha da venda de tratores das marcas Massey Ferguson e Valtra até 2011. No ano passado, os tratores representaram 79% da receita global da AGCO e a meta é que, até 2018, eles representem apenas dois terços de todo o faturamento.

"Um terço do faturamento será por meio de outros produtos, como colheitadeiras, plantadeiras, pulverizadores, e produtos para a cana-de-açúcar, que neste ano está ganhando um espaço em que a empresa não estava presente", colocou Richenhagen.

Mais planos no curto prazo

Dentro dessa estratégia de ampliar a diversidade de equipamentos, a multi também foca agora no setor de pulverizadores e colheitadeiras. O primeiro passo para aumentar o fornecimento de colheitadeiras já foi dado neste ano com um investimento de R$ 35 milhões na ampliação da fábrica de Santa Rosa (RS), que agilizou processos internos na planta, que tem capacidade de produzir 200 máquinas por mês.

A meta da AGCO para este ano é investir US$ 80 milhões em diversas unidades das marcas da companhia apenas na América do Sul. No ano passado, o volume de investimento foi de US$ 46 milhões. O montante planejado para investir na região este ano é cerca de 20% de todos os investimentos que a empresa pretende realizar em bens de capital em todo o mundo.

A estimativa do grupo é que os aportes globais da companhia fiquem entre US$ 400 milhões e US$ 425 milhões, a maioria destinada para o setor fabril.

Já o investimento em pesquisa e desenvolvimento deve consumir entre 3% e 5% da receita anual, estimada em US$ 11 bilhões até o fim do ano. No ano passado, o volume total investido foi de US$ 341 milhões.



Veículo: DCI


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