Poucos negócios com o café

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Comercialização da safra 2013/14 atingiu 21% no 31 de julho .

A comercialização da safra de café do Brasil 2013/14 (julho/junho) chegou a 21% até o dia 31 de julho. O dado faz parte de levantamento de Safras & Mercado. Os trabalhos seguem bem atrasados em relação ao ano passado, quando, em igual período, 28% da safra 2012/13 estava comercializada. Também há atraso em relação à média dos últimos cinco anos, que aponta que 33% da produção normalmente já está negociada no período. Em relação ao mês de junho, houve avanço de oito pontos percentuais na comercialização.

Com isso, já foram comercializadas 11,33 milhões de sacas de 60 quilos, tomando-se por base a estimativa de Safras & Mercado, de uma safra 2013/14 de café brasileira de 52,9 milhões de sacas. "O mercado de café segue com freio de mão puxado e vendas direcionadas, especialmente, para o grão remanescente da safra 2012. E isso deve se intensificar após o anuncio do socorro do governo", afirma o analista de Safras Gil Barabach. Mesmo com o produtor reticente, o último mês de julho foi mais ativo de negócios, coloca.

A especulação climática, com o risco de geada, junto à alta do dólar deu suporte às cotações e favoreceu o andamento dos negócios. "Mesmo assim, o patamar de negociação continua bem aquém de igual época do ano passado e ainda mais abaixo se a comparação for a referência média dos últimos anos", enfatiza.


Medidas - Enfim, a novela do anúncio das medidas do governo brasileiro para auxiliar a comercialização de café e sustentar os preços teve um desfecho na semana passada. E, como esperado, os preços internacionais reagiram e subiram com o "pacote" anunciado pela presidente Dilma Rousseff.

Dilma anunciou em Varginha, no sul-mineiro, basicamente, três medidas de apoio à cafeicultura. Serão lançados contratos de opção de venda envolvendo 3 milhões de sacas de 60 quilos, com preço de exercício de R$ 343,00 por saca para vencimento em março de 2014. Os produtores que participarem dos leilões de opções, adquirindo a opção de venda, no vencimento podem entregar o café ao governo pelo valor pré-fixado ou, se a cotação no mercado estiver melhor, simplesmente não exercem o contrato. Assim, cria-se um balizamento no mercado pelo preço de exercício da opção.

Outra medida para os produtores foi a liberação de recursos para financiar a estocagem de café até que os preços melhorem. "Vocês não precisam comercializar imediatamente sua produção, porque vão dispor de recursos para manter estocada na expectativa de aumento de preço da safra nos próximos meses", disse a presidentae Dilma anunciou ainda a liberação de recursos para a política de preço mínimo para a compra do grão, a R$ 307,00 a saca.

Neste contexto, para colocar em prática as medidas, o Conselho Deliberativo de Política Cafeeira (CDPC) aprovou, em reunião extraordinária, a destinação de R$ 3,1 bilhões, sendo estocagem (R$ 1,1 bilhão); custeio (R$ 650 milhões); aquisição de café (R$ 500 milhões); contratos de futuros e opções (R$ 50 milhões); recuperação de cafezais danificados (R$ 20 milhões) e capital de giro (R$ 800 milhões). Os R$ 3,1 bilhões são do Fundo de Defesa Economia Cafeeira (Funcafé). Complementando esses recursos, o Banco do Brasil disponibilizará, inicialmente, R$ 1 bilhão para atender demandas nas linhas de aquisição, estocagem e comercialização, com recursos controlados do crédito rural (taxa de 5,5% a.a.).

No mercado físico brasileiro, as cotações também avançaram acompanhando o desempenho externo, embora discretamente. No balanço semanal, o arábica bebida dura no sul de Minas, por exemplo, subiu de R$ 285,00 para R$ 290,00 a saca até quinta-feira passada. O dólar não ajudou muito na semana na formação de preços, com comportamento estável até a quinta-feira no comercial.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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