Ferrugem da soja vai custar até US$ 2,5 bi

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Ameaça recorrente nas últimas safras, o fungo da ferrugem asiática poderá provocar perdas e gastos adicionais da ordem de US$ 2,5 bilhões aos produtores de soja do Centro-Oeste do país na safra 2013/14, estima a Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja).

O cálculo leva em consideração uma produção regional de 40 milhões de toneladas e uma perda de 5 sacas por hectares por causa do fundo. "O prejuízo será dividido entre US$ 1,9 bilhão em perdas diretas e US$ 600 milhões em aplicações extras de defensivos, que já não possuem a mesma eficácia", disse Glauber Silveira, presidente da entidade.

A soja é a principal cultura agrícola para as empresas de defensivos. No ano passado, a receita gerada pela cultura cresceu 23,6%, para US$ 4,56 bilhões, ou 47% das vendas totais. Só a venda de produtos para combater a ferrugem da soja totalizou US$ 1,5 bilhão. Silveira diz que desde o início da safra passada, a Conab reduziu as estimativas para a produção do grão no Centro-Oeste em 1,5 milhão de tonelada.

No levantamento que divulgou na semana passada, a Conab estimou a colheita no Centro-Oeste em 38 milhões de toneladas. Em dezembro do ano passado, a Aprosoja já previa perdas de 800 mil toneladas devido ao fungo.

Segundo Silveira, os fungicidas disponíveis no mercado já foram usados na safra passada e estão perdendo a eficácia. "A Anvisa não está conseguindo liberar os produtos que o setor precisa com a agilidade necessária. Acho que está na hora de o governo olhar com mais atenção para a agência", afirmou.

Ele diz que existem novas tecnologias para o controle da ferrugem da soja em outros mercados, menos no Brasil. "Aqui eles não estão ao alcance dos produtores brasileiros em função da morosidade e da falta de comprometimento do Ministério da Agricultura na aprovação de novas tecnologias, o que impacta na sustentabilidade da agricultura brasileira e do país como um todo".

Apesar das promessas do Ministério da Agricultura em tentar acelerar a comercialização de novas substâncias, o setor não tem recebido respostas positivas. "Não temos nada de concreto do governo. As datas que já foram prometidas para a aprovação de novos defensivos não foram cumpridas", disse.



Veículo: Valor Econômico


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