Utilização de sementes transgênicas sobe 6,3%

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Uso no algodão aumentou 31,4%.

O primeiro acompanhamento da adoção de biotecnologia agrícola para a safra 2013/14, elaborado pela Céleres, consultoria especializada em agronegócio, indica aumentos significativos no uso da tecnologia por parte do produtor rural. Somente em Minas Gerais a elevação estimada é de 6,3%. A alta mais significativa foi registrada na adoção das sementes modificadas na cultura do algodão, que na safra atual aumentou 31,4%.

De acordo com o analista de agronegócio da Céleres Jorge Attie, a tendência é que a adoção das sementes geneticamente modificadas seja ampliada a cada safra.

"Vários fatores vêm estimulando o maior uso das sementes modificadas, entre eles destaque para a maior produtividade e para a redução do uso de insumos", disse.

Segundo o levantamento da Céleres, atualmente, existem quatro culturas com aprovações já liberadas de eventos transgênicos no Brasil, porém, somente algodão, milho e soja estão sendo comercializadas. O feijão geneticamente modificado, desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), ainda não está disponível ao produtor rural para cultivo.

No Estado, a adoção da biotecnologia agrícola aumentou 6,3% na safra 2013/14 frente à safra anterior. A área cultivada com as sementes geneticamente modificada de soja, milho e algodão está em torno de 2,32 milhões de hectares. Deste total, 91,4% estão ocupadas com as sementes modificadas, enquanto na safra passada o espaço era de 2,18 milhões de hectares.

A cultura que apresentou maior incremento na adoção foi o algodão, porém o índice de uso ainda é menor que nas demais culturas. De acordo com dados da Céleres, o uso da semente diferenciada foi ampliado em 31,4%. A adoção responde por 58,8% da área plantada no Estado. O tipo mais adotado são as sementes resistentes a insetos.

"No caso do algodão, as sementes não são resistentes à maior praga, que é o bicudo do algodoeiro, o que desestimula parte dos produtores a investirem, já que é necessário pulverizar a cultura. Além disso, os produtores têm costume de produzir as próprias sementes, o que desestimula os investimentos das indústrias no melhoramento genético", disse.

A adoção da soja geneticamente modificada no Estado foi ampliada em 10,6%. Cerca de 93% da área cultivada, que corresponde a 1,12 milhão de hectares estão ocupados com os materiais diferenciados. O tipo mais utilizado é o tolerante a herbicidas, que respondem por 84,1% das sementes utilizadas. As sementes que combinam a tolerância tanto a herbicida como a insetos, o indice de adoção esta em 8,8%.

No caso da safra milho verão a adoção está em torno de 91,1%. A área destinada às sementes modificadas é de 1,06 milhões de hectares. O tipo mais utilizado é o resistente a insetos, com adoção de 35,4%, seguido pela sementes que combina os dois tipos, com 44,3% de adoção, e por último a tolerante a herbicidas, com 6,4%.

"O plantio correto do milho geneticamente modificado precisa ser mais divulgado no Estado, uma vez que a maioria dos produtores não adota a área de refugio, onde é plantada a semente convencional, que deve corresponder a 10% da área. Isto é fundamental para que as pragas não criem resistências às sementes", disse.

O aumento do uso das sementes modificadas, que são mais caras que as convencionais, acontece em um cenário não tão favorável quanto o visto na safra anterior, quando os preços pagos pelos grãos estavam elevados, o que serviu de incentivo para o maior investimento nas culturas.

Mesmo assim, segundo o analista de Céleres, o agricultor vem mantendo os investimentos e acredita na tecnologia geneticamente modificada. A adoção se deve a possibilidade de redução dos custos de produção, principalmente no cenário atual de aumento dos custos, como no caso dos insumos, que teve os preços alavancados pelo aumento do dólar.

"Outro fator que incentiva os investimentos é o aumento expressivo da produtividade. Estes aumentos são observados não só para a cultura do milho, mas também para casos verificados nas culturas da soja e do algodão", disse Attie.

Os benefícios indiretos também incentivam a ampliação dos investimentos nas sementes modificadas, visto que o agricultor nota melhorias substanciais nos manejos e processos internos dentro da propriedade rural, como facilidade, tranqüilidade e rendimento dos manejos relacionados ao controle de pragas, doenças e plantas infestantes, além de outros fatores como melhorias no processo de colheita, na compra de insumos agrícolas, rendimento da mão de obra rural, dentre outras atividades. Tais fatores têm sido decisivos na escolha do produtor rural, no momento da adoção de novas tecnologias.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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