Importações de lácteos recuaram de janeiro a maio

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Apesar da redução dos embarques de leite em pó para o Brasil e das cotas criadas para evitar que um surto de importações pudesse comprometer a competitividade da produção leiteira nacional, a Argentina já é responsável por quase metade do volume de lácteos importado pelo Brasil.

De acordo com cálculos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), ligado à Universidade de São Paulo (USP), os argentinos contribuiram com 49% dos produtos lácteos importados pelo Brasil entre janeiro e maio deste ano. Com uma fatia de 44%, o Uruguai é o segunda principal origem do lácteos comprados pelo Brasil.

Ao todo, as importações brasileiras de lácteos totalizaram o equivalente a 393,4 milhões de litros de leite no acumulado deste ano até maio, segundo o analista do Cepea, Paulo Ozaki. Trata-se de uma retração de cerca de 26% na comparação com os 536 milhões de litros de leite importados no mesmo intervalo do ano passado.

Segundo Ozaki, leite em pó e queijos dominam a pauta dos produtos importados pelo país. Juntos, os dois derivados representam 94% das compras de lácteos do Brasil. Mas o destaque fica mesmo para o leite em pó, produto mais transacionado no mercado global de lácteos.

Do total importado em 2013, o leite em pó respondeu por 63,9%, conforme cálculos do Cepea. Essa fatia, contudo, era ainda maior no ano passado, atingindo cerca de 70%. Segundo Ozaki, a importação de leite em pó foi a que mais encolheu em 2013. Entre janeiro e maio deste ano, o Brasil importou o equivalente a 251,4 milhões de litros de leite no produto em pó, queda de 33,2% sobre os 375,8 milhões de litros equivalentes importados em igual intervalo de 2012.

"A questão é que os problemas climáticos na Nova Zelândia acabaram reduzindo os estoques mundiais de leite em pó", afirma o analista. Nesse contexto, o preço médio do leite em pó integral atingiu o recorde nominal de US$ 5.550 por tonelada na Oceania em abril, segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). O preço do produto na Oceania e é a referência para as cotações no resto do mundo.

No que depender da Nova Zelândia, a alta dos preços do leite pode não ceder num curto espaço de tempo, de acordo com o analista do Cepea. Isso porque a estiagem que atingiu a principal bacia leiteira neozelandeza causou sérios danos às pastagens do país. "Talvez este ano não seja suficiente para uma recuperação", afirma Ozaki, citando a chegada do inverno na Nova Zelândia.

Como as pastagens perderam qualidade, os pecuaristas do país terão mais dificuldades para usar o pasto como forragem na composição da ração animal durante o gélido inverno neozelandês. "Eles precisavam fazer comida para essa época, mas as pastagens foram prejudicadas. Na Nova Zelândia, tem período que fica sob gelo e não se produz leite", afirma o analista do Cepea.



Veículo: Valor Econômico


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