De grão em grão para encher o papo

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Para que o cenário vivido no segundo semestre de 2012 não se repita neste ano, a indústria de aves e de suínos resolveu se antecipar a fim de garantir o milho necessário à produção. O resultado da mobilização deve aparecer com a publicação de uma portaria do governo. No documento, se define a utilização de R$ 700 milhões para a realização de leilões de Prêmio para Escoamento de Produto (PEP) e Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro) que ajudariam a garantir o abastecimento, em caso de necessidade.

A medida beneficiaria sobretudo Estados como o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, onde a conta não fecha. Ou seja, onde as lavouras locais não conseguem suprir a demanda desses setores. Por outro lado, também ajudaria Estados como Mato Grosso a escoar a produção excedente – só na chamada safrinha, foram produzidas 17,88 milhões de toneladas.

O assunto foi tema de reunião, ontem, com o ministro da Agricultura, Antônio Andrade, e o secretário de Política Agrícola, o gaúcho Neri Geller, da qual participaram representantes do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Estado do Rio Grande do Sul (Sips) e da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav).

No mês passado, Geller já havia sinalizado positivamente para uma possível intervenção. Os estoques públicos de milho também já vinham sendo reforçados e devem chegar a 4 milhões de toneladas até o próximo mês.

Conforme levantamento feito pelas entidades, o déficit do grão no Estado, neste ano, será de 1,5 milhão de toneladas e, em Santa Catarina, de 2,2 milhões de toneladas. A busca por uma solução de forma preventiva já vem sendo feita desde abril, como relata o diretor-executivo do Sips, Rogério Kerber.

A iniciativa é motivada pelos efeitos ainda sentidos do ano passado, quando a escassez do milho, decorrente da quebra da safra local e americana, provocou alta no custo de produção. O resultado foi uma crise com impacto também no bolso do consumidor.

Máquinas aceleradas

Ao acompanhar o ritmo da supersafra de grãos, preços valorizados e taxa de financiamento reduzida, as vendas de máquinas agrícolas no país devem fechar o ano com volume recorde.

Os números do primeiro semestre, que serão divulgados hoje pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), devem apontar desempenho do setor em torno de 20% superior ao mesmo período do ano passado.

– Uma série de fatores positivos, desde o começo do ano, nos fazem estimar um 2013 histórico em venda de tratores e colheitadeiras – aponta Milton Rego, vice-presidente da Anfavea.

Em 2012, a comercialização de máquinas já havia sido recorde, apesar dos prejuízos causados pela seca, especialmente no Rio Grande do Sul. Neste ano, estimulados por uma supersafra de grãos e preços em alta, agricultores capitalizados estão mais encorajados a investir.

– Tínhamos uma estimativa de 5% de crescimento para o ano, percentual que será revisto agora, diante do alto volume de vendas registrado no primeiro semestre – completa o dirigente.



Veículo: Zero Hora - RS


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