Mercado brasileiro da Sony superará o da matriz no Japão

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O Brasil já é o quarto maior mercado da Sony no mundo, atrás apenas dos EUA, da China e do Japão. Há três anos o País estava apenas no 17º lugar no ranking, mas a mudança na estratégia de marketing da empresa, optando por um trabalho mais local rendeu frutos e é possível que até a Copa do Mundo o Brasil supere a matriz da empresa no Japão.

"Conforme o mercado nacional foi ganhando importância toda a estratégia começou a ser redesenhada e deu certo", explica o gerente de Marketing e Comunicação, Luciano Bottura.
A mudança começou com a definição da empresa de oferecer produtos para todas as classes, incluindo ascendente classe C, além de A e B, que tradicionalmente eram focos da empresa.


O segundo ponto a favor foi a elevação dos investimentos no desenvolvimento de produtos direcionados para o mercado regional. Com isso, a empresa chegou à conclusão, por exemplo, que deveria trazer para o Brasil a tecnologia 4K, que garante a alta definição (high definition, ou HD) de uma tela grande até mesmo em ambientes pequenos, como os apartamentos que se constróem no Brasil. "As pessoas desejam ter uma tela plana. Mas percebemos que o tamanho das salas era um limitador, porque havia distorções com outras tecnologias em ambientes com pouco espaço, o que não ocorre na 4k", explica Bottura.
O segmento de tela plana só tem 18% de penetração no Brasil, país onde os televisores já estão presentes em cerca de 98% dos lares, segundo o executivo. "Isso demonstra o potencial de substituição do parque", acrescenta ele.

E como patrocinadora da Copa do Mundo - num contrato estimado em mais de US$ 300 milhões - a Sony já quer sair na frente e lança no próximo dia 30 de novembro sua televisão de 84 polegadas 4K, com o dobro de resolução de uma Full HD normal. A data foi escolhida por ser o dia do sorteio da Copa das Confederações, evento que ocorre em 2013 e antecede a Copa do Mundo, época que tradicionalmente puxa as vendas de televisores, carro-chefe dos eletroeletrônicos, em todo o País.

Todos os planos da Sony estão incluídos no investimento de R$ 500 milhões anunciado pela empresa para até 2014, incluindo pesquisa, fábrica e aumento de produção. Além de televisores, a Sony planeja reforçar a liderança em câmeras, mini systems e home theater. Há rumores na Zona Franca de que a empresa já teria feito o pedido para início da produção de sua plataforma de jogos eletrônicos Playstation 3 no Brasil. Bottura, porém não confirma.

O executivo afirma, no entanto, que o sucesso da estratégia diferenciada adotada no Brasil foi tão grande que agora toda a América Latina, desde o México, já está incorporando as medidas. "Agora já estamos de malas prontas para ir para a Europa apresentar a estratégia brasileira à cúpula da companhia a fim de que ela possa se tornar uma ação coordenada globalmente neste período até a Copa no Brasil", acrescenta.

E é bem provável que a empresa japonesa aceite, especialmente diante dos últimos resultados obtidos pela filial brasileira, que em 2010, desde que a nova estratégia foi adotada, teve um salto de 65%, crescendo mais 24% no ano seguinte, o que possibilitou dar um salto do 17º lugar para quarto. "E a meta para este ano fiscal, que se encerra em março de 2013, é atingir expansão de 30%", reafirma Bottura.

Números consideráveis, especialmente diante da concorrência acirrada com as coreanas Samsung e LG, que hoje dominam o mercado brasileiro e global, fazendo outras marcas tradicionais encolherem. Além disso, a Sony mundialmente não tem muitos motivos para comemorar. A gigante japonesa da eletrônica perdeu 456,7 bilhões de ienes (US$ 5,745 bilhões) no último ano fiscal de 2011, o que representa seu quarto exercício consecutivo no vermelho. As perdas da companhia, que recentemente nomeou como presidente Kazuo Hirai, são 75% maiores que as registradas no ano anterior, quando o prejuízo foi de 259,6 bilhões de ienes (US$ 3,26 bilhões). Recentemente, a companhia anunciou um plano de reestruturação cujos custos ficarão em torno de 75 bilhões de ienes (US$ 943 milhões) no atual ano fiscal, durante o qual cortará 10 mil postos, cerca de 6% de seu quadro de funcionários.

Este ano, a empresa foi escolhida entre seus pares como a melhor empresa do setor de eletroeletrônicos da 10ª edição do Prêmio do jornal DCI. "Esse é mais um reconhecimento do bom trabalho que estamos fazendo com a marca em todo o Brasil", comemora Bottura.


De olho nas vendas de Natal, data mais importante para o comércio nacional, a Sony Brasil promover uma redução de preços de até 30% em um total de 16 produtos até o dia 30 de novembro. O Sony Tablet, lançado no mercado nacional neste ano, é uma das grandes apostas da empresa para este final de ano e teve a maior redução, superior a 30% (de R$ 1.599 para R$ 1.199). Além do design (único no mercado, em formato similar ao de uma revista), o Sony Tablet permite acesso ao Crackle, que disponibiliza inteiramente grátis 150 filmes.



Veículo: DCI


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